O interior de Arroio do Tigre foi o mais castigado. Além do forte vento destruir galpões, destelhar casas e fornos de estufa, causou prejuízos na lavouras de tabaco, milho, trigo e também no leite.
De acordo com a Emater/RS-Ascar foram atingidos cerca de 4.300 hectares de fumo com uma perda de 25% o que acarreta prejuízos de R$ 18 milhões. O milho teve 300 hectares afetados, com perdas em torno de 10% o que gera prejuízos de R$ 62 mil. O trigo foi praticamente todo atingido no município, nos 420 hectares. A perda não é tão significativa, de 20%, mas gera perdas de R$ 109 mil. O leite também teve prejuízos. Foi avaliado, como base, quatro dias sem energia elétrica. Diante disso estima-se que a perda chega a 32 mil litros, ou seja 60%, totalizando R$ 46 mil. As perdas agrícolas no município chegam a 19 milhões.
Benfeitorias
João Eichelberger, de Linha Barrinha contou que os ventos derrubaram por total um galpão de 160 metros quadrados, um armazém de 96 metros quadrados restou só uma parede e ainda destelhou três estufas de fumo. O maquinário ficou em baixo do galpão. “Os prejuízos ultrapassam de R$ 50 mil. É muito triste chegar em casa e ver a propriedade toda destruída. Chegou a me dar um desespero”, disse o agricultor que estava na estrada, retornando de um passeio. “Estávamos em cinco no carro, voltando de Estrela Velha. Achei um lugar para estacionar onde não tinha árvores nem postes. Mas rezamos muito. Parecia que o vento iria jogar nosso carro”.
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Na propriedade de Ademar Muniz, em Linha Paleta, dois galpões de 192 metros quadrados com equipamentos e maquinário foram destruídos. “Foi tudo ao chão. Eu moro aqui há 32 anos e não tinha visto algo tão assustador”, lamenta. É a segunda vez que um dos galões é danificado. “Eu reconstrui e agora perdi tudo de novo”. A casa também foi destelhada e inclusive teve parte da estrutura externa de madeira arrancada com a força do vento.
Também em Linha Paleta, na Granja Redin, um galpão foi destruído. Na propriedade de Jeferson Stertz três galpões foram ao chão e dois destelharam. No vizinho, Irici Dias destelhou duas casas e cinco galpões. “Um não tem conserto, os outros vamos conseguir reerguer”. Até o carro da família foi atingido. Árvores antigas foram arrancadas e pedaços jogados distantes. “A cena é de terror. Destroços por todos os lados. Uma vez eu via isso na TV e achava que nuca iríamos presenciar algo semelhante. É lamentável. Trabalhamos uma vida inteira e em questão de minutos perdemos quase tudo”, disse angustiado.
Em Taboãozinho, na casa de Mauro Brixner, caiu um galpão e destelhou a casa. Até o salão da comun idade e igreja foram atingidos.
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