Dois homens foram presos, no início da noite desta terça-feira, 12, após protestos em frente ao Santander Cultural, no centro de Porto Alegre. As informações são do Comando de Policiamento da Capital (CPC).
De acordo com a polícia, a dupla foi detida por entrar em confronto com integrantes que eram opostos à reabertura do museu que foi fechado pela direção do Santander Cultural no domingo, 10. A Brigada Militar teve que usar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Os homens foram conduzidos pelos policiais para a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento.
O protesto contra o fechamento da exposição Queermuseu, em frente do Santander Cultural teve início por volta das 15h30 e, a princípio, foi pacífico. Jovens artistas promoveram uma breve performance na porta do prédio da instituição, onde eles tinham colocado fitas de isolamento na entrada e ficaram nus. Na ocasião, algumas artistas mostraram os seios e se banharam em argila, como forma de repulsa à homofobia.
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“Resolvi expor meus seios para mostrar que estamos aqui e nossas identidades não serão apagadas, é uma forma de afirmar isso através do corpo, que é uma metáfora para toda a nossa identidade e tudo que incomoda tanto nas pessoas”, explicou a artista visual Júlia Franza.
O secretário de cultura de Belo Horizonte, Juca Ferreira, confirmou que foi procurado na manhã desta terça-feira, 12, por um gestor cultural da capital gaúcha próximo ao curador do evento, Gaudêncio Fidelis. Na conversa, a possibilidade de BH receber a exposição foi levantada. “Vejo com bons olhos, até por ter tradição de lutar contra qualquer tipo de censura e restrição, mas a conversa não avançou”, afirmou Ferreira, que foi ministro da Cultura entre 2008 e 2010.
Em Minas
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O curador da exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, Gaudêncio Fidelis, afirmou na tarde da terça, 12, que a mostra pode ir a Belo Horizonte. Ele disse isso durante protestos, que reuniram centenas de pessoas em frente do Santander Cultural, no centro de Porto Alegre. O grupo, a maioria composto por integrantes de ONGs LGBTs, é contra o fechamento da exposição, ocorrido domingo.
“Houve um contato do assessor de secretário de Cultura de Belo Horizonte, Juca Ferreira, que se mostrou interessado em receber a exposição em Minas. O assessor me disse que a Secretaria de Cultura faria um investimento caso eu permitisse. Eu disse, com prazer, eu tenho o maior interesse”, explicou o curador.
O artista gaúcho Jorge Gil estava entre os manifestantes e disse que, apesar de não conhecer pessoalmente o curador, é solidário com ele e a arte brasileira. “Que ele (Gaudêncio Fidelis) não se sinta acuado em função de pessoas de um fundamentalismo sem propriedade. A exposição traz uma identidade com obras que há milênios vem sendo explorada por artistas da nossa história da humanidade. Aqui no Brasil não pode ser diferente”, apontou o rapaz.
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