Com os salários parcelados há 19 meses, a situação dos servidores vinculados ao Poder Executivo do Rio Grande do Sul pode piorar ainda mais. O secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, admitiu nesta quarta-feira, 28, que existe o risco de atraso nos salários a serem pagos no início de agosto. Considerando um cenário pessimista, ele fala até mesmo no chamado “encontro de folhas”, que é quando o funcionalismo recebe em um mês o salário que deveria ter sido pago no período anterior.
De acordo com o secretário, a arrecadação do Estado no segundo semestre tende a ser menor que a registrada nos primeiros seis meses de 2017. Ele explica que os salários ainda não foram atrasados, e sim parcelados, porque houve o ingresso de recursos extras no caixa do Estado ao longo do primeiro semestre. Entre eles, a venda da folha para o Banrisul, o acordo com a Ford e a antecipação de impostos pagos pela GM.
A notícia do possível atraso nos salários do Executivo (o que atingiria, entre outras categorias, os professores, os policiais civis e militares e os bombeiros) não deixa de ser também uma forma de o governo pressionar a Assembleia Legislativa. O governador José Ivo Sartori (PMDB) quer aprovar, no máximo até julho, a continuidade do pacote de pedidas de ajuste fiscal. Entre as medidas está a venda de estatais, como CEEE e Sulgás, até mesmo para que o Estado se enquadre nas regras do regime de recuperação fiscal proposto pelo governo federal.
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O secretário Feltes é claro ao informar que a aprovação dos projetos que tramitam na Assembleia é essencial para que o Estado consiga aderir ao regime de recuperação fiscal. “Assim será possível pagarmos as contas em dia”, salienta.