A intolerância é marca registrada do mundo atual. Não existe paciência com nada, nem com ninguém. Em todos os ambientes é comum vislumbrar gestos de agressividade desmedida. É cotidiano testemunhar agressões físicas, inclusive tendo mulher, idosos e crianças como vítimas.
Li estarrecido a notícia da morte de uma menina em uma escola de Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ela foi vítima de bullying desde a chegada como aluna nova e acabou morta por uma estudante de 12 anos, segundo informações preliminares. As colegas, que há mais tempo frequentam a escola, foram impiedosas. A agressividade dos jovens me choca.
A desvalorização da educação está na raiz deste clima de beligerância galopante. O descaso na elaboração dos currículos, a falta de condições materiais das escolas, a desvalorização e a remuneração pífia dos docentes, os equívocos na destinação de recursos orçamentários levaram o Brasil ao caos onde a violência é apenas uma das consequências.
Publicidade
Nas redes sociais, o ódio é disseminado com um agravante: pode ser espalhado na velocidade da luz para todos os continentes. Práticas lamentáveis adotadas em lugares remotos do planeta se espalham em fração de segundos.
Professores se desdobram na obrigação de ensinar e têm ainda a necessidade de funcionarem como pais, fruto da omissão dos responsáveis que atuam dentro de casa. Hoje os mestres estão limitados por estatutos, vigilância ferrenha, organismos que defendem inúmeros interesses escusos.
Dar razão, sempre, aos filhos, é o câncer que corrói uma geração de pais alienados da realidade. Permitem solo fértil para o surgimento de desajustados, delinquentes juvenis que fazem o que bem entendem, sem limites, cobranças, punições. E levam essa postura vida afora, agravando as relações sociais permeadas pela falta de gentileza, ausência de tolerância, escassez de paciência.
Publicidade
Nunca houve tamanha liberdade de expressão para adultos, crianças e jovens. Ao mesmo tempo a falta de comunicação nunca foi tão crônica, acarretando falta de entendimento, troca de ofensas e homicídios em profusão. SOS Educação, movimento urgente no Brasil!