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“Quando a gente vê, está em uma armadilha”, comenta taxista

Com faixas de luto sobre os veículos, dezenas de taxistas acompanharam a chegada dos suspeitos de matar Luciano Kappel à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento na tarde dessa quarta-feira, 10. Revoltados com o assassinato do colega, os motoristas buzinaram em sinal de protesto. “A gente fica um pouco mais tranquilo de saber que eles vão pagar pelo que fizeram, mas não tem como superar a morte de um colega. Eu estive com o Luciano meia hora antes dele atender essa chamada, não consigo acreditar”, contou Alexandre Haag, de 40 anos. Desde quando começou na profissão, em 1998, até 2003, Haag foi assaltado seis vezes. Na última, decidiu largar o trabalho.

“Eu tinha sido assaltado cinco vezes, com facas e canivetes, mas da última vez eles estavam armados, me colocaram no banco do caroneiro e jogaram o carro dentro de um arroio. Depois disso, larguei a profissão e fiquei dez anos afastado”, revelou. Haag foi caminhoneiro durante uma década, mas decidiu voltar aos táxis por necessidade. “Hoje a gente anda com medo. Na madrugada eu só trabalho nas quintas e sextas, e só atendo pessoas conhecidas, cujo número eu tenho salvo.”

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Presidente do Sindicato dos Taxistas de Santa Cruz do Sul (Sinditaxi), Renato Augusto Faust diz que a categoria se vê como refém dos criminosos. “Nós confiamos nas pessoas e quando a gente vê, está em uma armadilha. Estamos sempre com medo, mas não temos como fugir da profissão, pois a população precisa desse trabalho”, comentou. Com o aplicativo lançado pela associação, o DTáxi, a central dos taxistas tem controle total sobre a localização e deslocamento dos veículos, mas o recurso não é suficiente. “Quando acontece um assalto nós não ficamos sabendo de imediato, notamos quando o carro para por muito tempo ou o motorista para de responder. Não temos muita defesa”, lamentou.

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