A Polícia Civil realizou na manhã desta sexta-feira, 4, a apreensão do adolescente de 17 anos identificado como autor do disparo que matou Thiago Henrique Henn, de 20 anos. O jovem foi apreendido na casa onde mora, no Bairro Santa Vitória, em Santa Cruz do Sul, por volta das 7h20. Ele será encaminhado à Fundação Sócio-Educativa (Fase), de Porto Alegre.
De acordo com o delegado Alessander Zucuni Garcia, titular da 2ª Delegacia de Polícia, a internação provisória foi feita através de uma determinação judicial. “O juiz, com as investigações e parecer do Ministério Público, entendeu que existem elementos para a internação dele desde já”, comentou.
A internação, conforme o delegado, equivale a uma prisão preventiva. Há o tempo mínimo de 45 dias para que ele fique na Fase, quando haverá uma nova avaliação judicial, decidindo pela permanência do jovem no local ou liberação. O nome do adolescente não pode ser divulgado por se tratar de um menor de idade.
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As investigações
Por Ana Cláudia Muller
O adolescente foi identificado como autor do disparo ainda no dia 18 de abril. Henn, que trabalhava no açougue de um supermercado, teve a morte encefálica confirmada um dia depois de ser baleado. O legista confirmou que o projétil atingiu a vítima na testa e saiu pela nuca. Em depoimento, o autor do tiro afirmou que só disparou após ter sido agredido por Henn.
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Segundo o adolescente, a vítima teria lhe dado um soco no rosto. Ele alegou que estava tentando apartar uma briga entre mulheres quando houve a suposta agressão. A tal confusão acontecia próximo ao carro da vítima e o açougueiro gritava para que se afastassem, a fim de não danificar o veículo.
No entanto, o relato de outras pessoas que viram a cena afastou a possibilidade de Thiago Henn ter agredido o autor do disparo. “Essa é a divergência na versão apresentada pelo adolescente em relação ao que foi dito pelas testemunhas”, explicou o delegado Alessander Zucuni Garcia, à época do fim das investigações. “Os únicos que corroboraram com essa versão foram os amigos dele. A investigação apontou que o infrator não teria sido agredido como alegou em depoimento.”
A Polícia Civil apurou que Henn estava brigando com outro rapaz quando houve o disparo. Contudo, esse outro jovem não foi identificado. “Ouvimos diversas pessoas, mas ninguém soube informar quem era o outro envolvido na confusão.” Em depoimento, o adolescente teria afirmado ainda que a arma usada era dele. “Era uma arma fria.” Esse revólver, no entanto, não foi apreendido.
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Outra hipótese que vinha sendo investigada pelos policiais é a de envolvimento de outra pessoa no crime, mas essa possibilidade foi descartada. “O que se apurou é que, embora ele estivesse acompanhado de outras pessoas, teria agido sozinho”, afirmou o delegado Garcia. O autor do tiro não tinha passagens policiais.
O caso
Thiago Henn estava na Avenida Rudi Falk quando foi alvejado, por volta das 5 horas do dia 1º de abril. O lugar é conhecido por ser um point dos fãs de som automotivo, que se encontram na via para ouvir música nos fins de semana. A investigação apontou que a briga teria começado entre algumas mulheres. A confusão aconteceu perto do Astra de Thiago, que teria tentado afastá-la para não danificar o carro. Neste momento, outro rapaz, não identificado, apareceu e começou um desentendimento com o jovem açougueiro. Então surgiu o adolescente, apreendido nesta sexta-feira, que teria atirado na vítima.
Henn foi levado até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Esmeralda e depois transferido ao Hospital Santa Cruz, onde foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Após cerca de 36 horas do momento em que foi baleado, foi confirmada a morte encefálica de Thiago. Os pais permitiram que os órgãos do rapaz fossem doados. O coração de Thiago foi o primeiro a ser captado no Hospital Santa Cruz para ser enviado a doação.
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