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Alerta

Golpistas enviam boletos falsos usando nome de loja

Os clientes da loja João Pneus, de João Batista Iser, estranharam, nos últimos meses, o recebimento por e-mail de diversos boletos referentes a supostas dívidas com a empresa. Embora desconfiassem que não deviam o valor, a perfeição dos documentos fez muita gente acreditar que estava de fato em débito. O próprio dono da empresa chegou a receber guias de lojas conhecidas do município e da região, mas antes de pagar resolveu ligar para cada uma delas e tirar a dúvida. Acontece que todos os boletos eram falsos, enviados por alguém que acessou o sistema dessas empresas às escondidas e conseguiu o e-mail dos compradores e as notas emitidas a eles.

Conforme Iser, os títulos enviados aos seus clientes eram do Bradesco, mas ele sequer trabalha com guias desse banco. No texto, os e-mails orientam os consumidores a “desconsiderar os boletos anteriores e pagar o que está sendo enviado em anexo, com descontos”. Dizem ainda que “devido a problemas operacionais em nosso programa de emissão de NFe, foi constatada uma divergência no cálculo da alíquota de ICMS/Pis sendo que foi contabilizada uma cobrança maior”, entre outras explicações. No fim do e-mail, um arquivo disponibiliza o novo boleto, em PDF, com o valor “atualizado”.

Desavisados, dois clientes chegaram a pagar os documentos falsos, um no valor de R$ 5 mil e o outro de R$ 1,8 mil. Como a empresa trabalha com pneus de caminhões e máquinas agrícolas, que custam caro, o valor das cobranças geralmente fica acima de R$ 1 mil. “O problema é que as pessoas acabam achando que a culpa é nossa, como se estivéssemos recebendo duas vezes”, contou.

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As fraudes, conforme Iser, começaram a aparecer em novembro do ano passado. Na época, o empresário registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e procurou o Ministério Público. O Banrisul, banco utilizado pela empresa para emissão dos seus boletos, também foi acionado e afirmou que, após repassar a questão ao setor responsáveis, nenhum problema interno foi identificado.

Conforme Angela Iser, esposa de João e responsável pela contabilidade da loja, os computadores da empresa estão protegidos com antivírus pago. Ela chegou a comunicar o Bradesco sobre a situação, que ficou de encaminhar o caso para o setor de fraudes. “Um cliente comprou conosco e atrasou um pouco o pagamento. Ele havia recebido o boleto falso e, como havia passado da data, foi atualizar o documento. No momento em que fez isso, o novo boleto apareceu com dados totalmente diferentes, tanto do devedor quanto do destinatário, além de aparecer número de outro banco e outra conta”, contou, relembrando um dos casos relatados.

A agência que constava no boleto era de São Paulo. Ao consultar o Bradesco, contudo, Angela descobriu que as contas aparecem como inexistentes no sistema do banco. “Me pergunto, para onde vai o dinheiro? Como eles conseguem desviar no meio do caminho?”

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FIQUE ATENTO

O jeito é alertar 

  • Para evitar que mais clientes acabem pagando os títulos falsos, a empresa agora está enviando, junto aos boletos de cobrança, um alerta. O texto explica que a loja só trabalha com guias do Banrisul e os títulos de outros bancos são falsos. Mesmo assim, alguns clientes continuam caindo no golpe. “Vamos registrar um novo boletim de ocorrência, mas não encontramos nenhuma solução efetiva até o momento”, comentou o proprietário, João Batista Iser. 

O que diz o Procon
Segundo o coordenador do Procon de Santa Cruz do Sul, Marcelo Estula, alguns cuidados podem evitar o pagamento de boletos falsos. Seguem algumas dicas.

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  • Sempre que receber títulos por e-mail, confira a hora de envio, o banco e os valores. Se qualquer informação parecer estranha, ligue para a empresa que supostamente enviou o e-mail para confirmar.
  • Documentos falsos costumam ter erros de digitação, tanto no documento quanto no corpo do e-mail.
  • Na maioria dos casos, ao tentar pagar um boleto falso, o código de barras não funciona, obrigando o cliente a digitar os números. Nesse momento, o dinheiro vai parar em outra conta.
  • O código digitável de barras deve ter, nos três primeiros dígitos, o mesmo número do banco onde está sendo pago.
  • Ao se deparar com a situação, a orientação é que a empresa avise o banco envolvido e registre um boletim de ocorrência.

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