Desde segunda-feira, quando começou a ser votado na Assembleia Legislativa o pacote de modernização do Rio Grande do Sul, os servidores da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) entraram em greve. Com isso, as visitas aos apenados foram proibidas a partir desta quarta-feira, 21, causando indignação dos detentos. No Presídio Regional de Santa Cruz, o clima é de tensão, com queima de colchões. Os detentos também gritam e batem forte nas celas.
Os servidores estão paralisados em frente ao presídio e faixas alertam para a greve no local. A revolta vem dos dois lados. Os servidores da Susepe enfrentam o parcelamento dos salários há mais de um ano, já os presos reclamam porque estão sem poder receber visitas.
Fotos: Leandro Porto
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Conforme o agente da Susepe, Anderson Louzada, a adesão ao movimento acontece em consideração não apenas aos servidores da Susepe, mas tem relação com o contexto geral. “Pessoas estão sendo demitidas, salários parcelados e o 13º é incerto”, disse. Louzada explica que tudo o que é de extrema necessidade para os apenados será mantido, como alimentação e questões médicas.
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NO ESTADO
Pelo menos quatro pessoas morreram e oito ficaram feridas durante uma rebelião no Presídio Estadual de Getúlio Vargas, no Norte do Rio Grande do Sul. Detentos colocaram fogo em colchões na manhã desta quarta-feira, 21, como forma de manifestação contra a paralisação dos servidores.
Já na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), o “clima é tenso, mas controlado”, segundo informações dos funcionários do local. O receio é que os apenados comecem a protestar a qualquer momento. Apenas 30% do efetivo está trabalhando na Peva, em regime de revezamento. Os demais estão acampados em frente à penitenciária.
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Conforme os agentes da Peva, apesar das visitas não estarem autorizadas por questões de segurança, os alvarás de soltura estão sendo cumpridos. No local, atuam cerca de 80 servidores. Atualmente, 548 detentos cumprem pena na casa prisional, que tem capacidade para receber um número inferior: apenas 529.