Uma operação desencadeada na manhã dessa sexta-feira, 9, em combate a extração e comercialização clandestina de palmito da espécie Juçara cumpriu mandados em Santa Cruz do Sul e em Vale do Sol, além de Canoas e São Leopoldo. O empresário Alceu da Silva, dono da empresa Natusol, de Vale do Sol, foi preso de forma preventiva em Canoas, onde realizava a entrega de produtos. Ele é investigado pela extração e comercialização de palmito. A operação foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco Segurança Alimentar, do Ministério Público, com apoio da Polícia Civil, Brigada Militar, Centro Estadual de Vigilância Sanitária e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Um dos mandados de busca foi cumprido na empresa, localizada no interior de Vale do Sol. O empresário tinha permissão para fazer a comercialização de palmitos da espécie Real e Pupunha. No entanto, conforme o coordenador do Gaeco Segurança Alimentar, o promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o empresário estava envasando palmito da espécie Juçara e comercializando no lugar das permitidas. Os produtos eram repassados para distribuidores, que vendiam para diversos estabelecimentos, como restaurantes e armazéns.
Publicidade
Na empresa de Alceu da Silva foram recolhidas amostras de palmito in natura e também já prontos para a comercialização que serão encaminhados para um laboratório em Santa Catarina. Conforme o promotor, não é possível precisar, sem a realização de uma análise, que se trata de palmito Juçara. Esta espécie costuma ser extraída de forma clandestina porque dá um maior rendimento do produto e tem custo mais baixo. Os membros da operação também estiveram na residência de Alceu, onde foram recolhidos produtos in natura, que também vão ser analisados.
Ainda na empresa, segundo a delegada Marina Goltz, da Delegacia do Meio Ambiente da Polícia Civil, foram constatadas algumas irregularidades de caráter ambiental, pelas quais o proprietário irá responder. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na Conservas Hirsch, em Monte Alverne, interior de Santa Cruz do Sul. No local foram apreendidos mais de mil frascos com palmito, além da planta in natura. Segundo o promotor, a empresa não possui autorização para comercializar conservas de palmito. Os produtos também serão analisados.
O Ministério Público espera ter o resultado dos exames – para identificar se é mesmo palmito do tipo Juçara – ao longo da próxima semana. Depois disso, será possível, por meio do lote do produto, recolher aqueles que estiverem no mercado. As empresas não foram interditadas, mas os proprietários estão proibidos, por medida cautelar deferida pela Justiça, de comercializarem qualquer tipo de palmito. Alceu deverá ser encaminhado ainda nessa sexta-feira ao Presídio Regional de Santa Cruz. A espécie Juçara é protegida por lei. Além do crime ambiental, a extração clandestina e comercialização sem a devida fiscalização representam riscos à saúde do consumidor.
Publicidade