Um delegado, uma advogada e dois policiais civis foram alvo de uma operação deflagrada pelo Ministério Público (MP), em conjunto com a Corregedoria da Polícia Civil e a 1ª Delegacia Regional Metropolitana, nesta quinta-feira, 16. Seis mandados de prisão preventiva são cumpridos. Um ex-policial militar e mais um comparsa do grupo também devem ser detidos durante a ofensiva.

A Operação, denominada Depuração, aconteceu em Alvorada e Porto Alegre. Os alvos são suspeitos de exigirem valores de presos em flagrante e de familiares de presos. Além das prisões, também são cumpridos nove mandados de busca e apreensão.

As investigações tiveram início em maio deste ano e dão conta de que o grupo cobrava valores acima da fiança e se apropriava do excedente. O ex-policial militar e a advogada ficavam do lado de fora da Delegacia, onde faziam a mediação da cobrança junto aos familiares dos presos. Nos plantões, estima-se que o lucro ficava entre R$ 2 mil e R$ 5 mil.

Os suspeitos também consultavam de forma irregular o sistema restrito à Segurança Pública para verificar se determinado veículo poderia ser substituído indevidamente, seja através de clonagem ou adulteração, bem como avisavam terceiros sobre eventuais investigações policiais em andamento.

Os fatos ocorreram na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Alvorada entre os meses de março e junho de 2016, a princípio. Os crimes investigados são de concussão, exigência de indevido valor em razão da função pública, organização criminosa, violação de sigilo profissional e usurpação da função pública. As penas poderão ser fixadas entre sete anos e seis meses a 23 anos de reclusão, além de multa e perda do cargo público.

O Ministério Público também apura a ocorrência de atos de improbidade administrativa, o que pode acarretar a fixação de multa aos investigados, proibição de ser agente público e perda dos cargos.