Aos 75 anos, uma moradora de Vera Cruz perdeu nessa sexta-feira, em poucas horas, os R$ 20 mil que havia armazenado como suas economias. Mais uma vítima do conto do bilhete, a aposentada foi abordada por um casal em Santa Cruz do Sul, pouco antes do meio-dia. Algumas horas depois, ainda assustada e sem compreender como pôde ser enganada, ela relatou a ação dos estelionatários. A dupla chegou a entrar na residência da idosa, que só percebeu que havia sido enganada quando os criminosos não foram mais encontrados.
Quando passava em frente a uma padaria, na Rua Tenente Coronel Brito, a vítima foi abordada por duas pessoas que saíam do local. Uma jovem, de cabelos pretos e lisos, relatou ser moradora de Mato Leitão e disse que tinha um bilhete da loteria premiado, no valor de R$ 1,5 milhão. Já o homem, aparentando cerca de 35 anos, contou ser dono de uma imobiliária. “Ele era muito bem vestido, cheiroso. Parecia um advogado.”
Durante a conversa, a moça disse que não tinha documentos e precisava de ajuda para sacar o prêmio. O comparsa dela, que fingia não conhecê-la, se propôs a ajudar. No entanto, jovem pediu que eles entregassem alguma garantia de que não ficariam com o prêmio. Ela prometeu R$ 80 mil a cada um deles, caso a ajudassem. O homem afirmou então que lhe entregaria R$ 30 mil, como forma de garantir que ele não iria fugir. A idosa se propôs a também entregar uma quantia em dinheiro.
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Logo depois, os três embarcaram em um veículo. O homem dirigia e a idosa estava ao seu lado. O estelionatário parou em um determinado ponto do trajeto e afirmou que buscaria sua parte do dinheiro. Voltou em seguida com uma pasta, onde estariam os R$ 30 mil. Em seguida, em uma agência bancária, a idosa sacou R$ 5 mil. Como forma de evitar as câmeras de segurança, a dupla não chegou a entrar no banco. “Eles diziam que iam ficar do lado de fora me cuidando.” Como não estava com o cartão de outro banco no qual também possui conta, a aposentada disse que precisaria ir até sua casa.
Os três seguiram para Vera Cruz e chegaram a ingressar na residência da vítima. O objetivo, segundo a polícia, normalmente é conferir a possível existência de joias que possam ser levadas pelos bandidos. “Ele disse que precisava ir no banheiro. Teve dentro da minha casa.” Logo depois, a idosa seguiu para a agência, em Vera Cruz, onde sacou mais R$ 5 mil. Em Santa Cruz, ela fez um novo saque de R$ 10 mil. A aposentada precisou conversar com o gerente. “Eu disse pra ele que precisava fazer uns pagamentos e tinha um negócio pra fechar, que eu ia perder se não pagasse hoje.” Antes de entrar no banco, a vítima havia sido orientada para que não contasse o motivo pelo qual faria o saque. “Eles me disseram pra não contar nada pra ninguém porque era perigoso. Eu não contei.”
Depois de conseguirem o dinheiro, os criminosos deixaram a idosa nas proximidades da Caixa Econômica Federal. “Ele disse que ia em casa buscar uma pasta para colocar o dinheiro do prêmio.” Mais tarde, a aposentada seguiu até o banco, onde ficou aguardando pela dupla, que não retornou. “Não dava pra desconfiar que era um golpe. Levaram todo o dinheiro que eu tinha.”
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