O inquérito que apurou ao longo de seis meses um acidente que vitimou três pessoas da mesma família no ano passado em Vale do Sol concluiu que o condutor do Vectra estava em alta velocidade, invadiu a pista contrária e dirigia sob efeito de álcool. Afonso Amaro do Amaral Portella, 55 anos, tenente-coronel da Brigada Militar, bateu de frente com um Gol onde estava uma família. Vitória Morsch dos Santos, de 48 anos, e os pais dela Herta e Hugo Morsch, de 75 e 78 anos, morreram na colisão. A filha dela, Ana Luíza dos Santos, de 13 anos, e o marido Jorge Antônio dos Santos, de 50 anos, também ficaram feridos.
O inquérito foi encaminhado à Justiça nesta quinta-feira. Segundo o delegado Marcelo Chiara Teixeira, responsável pelo caso, Portella foi indiciado por triplo homicídio e ainda uma lesão corporal grave, devido aos ferimentos provocados na adolescente, e uma lesão corporal gravíssima, por conta do estado de Jorge Antônio. Todos os crimes na forma do dolo eventual. “A gente concluiu que da forma como agiu ele previu o resultado e assumiu o risco de matar”, afirmou. O delegado pretendia aguardar pela recuperação de Jorge Antônio para poder ouvi-lo em depoimento. No entanto, após ficar mais de quatro meses internado, ele não teve como dar seu relato.
Portella foi ouvido em Santa Maria e preferiu não se manifestar. O advogado dele, Daniel Tonetto afirmou que foi informado do indiciamento, mas que ainda precisará analisar o conteúdo. Ainda assim, Tonetto defendeu a conduta de seu cliente. “Posso já afirmar que o coronel Portella sempre foi uma pessoa exemplar. Ele está à disposição da Justiça”. O advogado disse ainda que, apesar de respeitar o trabalho realizado pela investigação, discorda da conclusão dos policiais no aspecto do dolo. “Ele vai se defender no sentido de que não se trata de dolo eventual.”
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