O conflito poder versus corrupção versus ética é um tema permanente em todos os níveis da sociedade e nas organizações públicas e privadas. Logo, não se trata de um problema de exclusividade do setor público.
Além da comprometedora imagem negativa, a corrupção nas empresas tem determinado aumento nos custos dos produtos e se constituído em fator de perda de competitividade no conjunto das relações comerciais, notadamente internacionais. É um aspecto sobre o qual se pode e deve refletir no Dia Internacional contra a Corrupção, nesta segunda-feira, 9, com atos e ações em todo o planeta.
Aliás, não à toa, ultimamente, o combate à corrupção tem sido objeto de legislações extraordinárias, especiais e repressivas em vários países, com graves repercussões nos atuais e futuros tratados e acordos comerciais.
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Historicamente, a ocorrência de eventos de corrupção está diretamente relacionada aos níveis de relações sociais e comerciais, em termos de organização estatal. Quanto mais “fechada” uma nação, maior a incidência. Mas, basicamente, corrupção é uma problema comportamental. Logo, na plenitude não se resolve com modificações legais, ainda que as leis possam-na combater e amenizar.
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Infelizmente, importa afirmar que nosso país aparece sistematicamente na lista mundial dos países com maior índice de corrupção. À conta de nossa história e práticas sociais, a maioria do povo é dependente do Estado. Ou pensa e se comporta como dependente. Razão pela qual acredita que sua incorporação e melhoria social passa pela ação do Estado.
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Faz sentido, por isto, que nosso povo espere bons exemplos dos governantes. Porém, na exata dimensão em que não ocorrem os atos de gestão que viabilizem estas perspectivas, o marasmo e a hipertrofia perpassam a sociedade, ridicularizando conceitos de ética e honestidade.
Resulta que a prática corruptiva no ambiente e na função estatal transcende a tudo e a todos, comprometendo conceitos éticos fundamentais para constituição de uma verdadeira sociedade e para a superação de suas diferenças estruturais.
Selecionar um corrupto por semana e exibi-lo em rede nacional de TV não tem diminuído a corrupção nacional. Trata-se, pois, de um problema que exige um tratamento sistêmico, cujos pressupostos essenciais são a transparência, a democratização dos níveis de ação e decisão, a desconcentração das estruturas de poder, a quebra de monopólios públicos e privados, e, principalmente, uma eficaz ação policial e julgamento judicial, com repercussões punitivas. Cadeia!
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Repito, a corrupção é uma praga social, sem distinção de classe e nível social, de atuação econômica ou funcional. Sem esquecer que a corrupção é como algumas danças: “É preciso haver dois para dançar!”