A rede estadual de ensino retomou as aulas na semana passada, mas as escolas ainda enfrentam problemas com a falta de professores. Em alguns educandários, as direções também aguardam a homologação de novas turmas. No entanto, conforme a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), não há alunos sem aula. “Existem turmas que foram multisseriadas, mas para que isso aconteça é necessário seguir as orientações do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. É mais comum nas escolas rurais com baixa de alunos”, explica o coordenador regional de Educação, Luiz Ricardo Pinho de Moura.
Ainda segundo o professor, a falta de profissionais representa “pequenos casos pontuais”. “Na grande maioria das escolas, os quadros estão completos, pois neste momento a prioridade é sala de aula e o setor de supervisão”, reforça. Pelo balanço da 6ª CRE, em toda sua área de abrangência, que engloba 18 municípios, faltam hoje 18 professores. A carência se deve a aposentadorias, contratos que findaram no fim do ano passado, licenças saúde e gestante e dispensas e exonerações a pedido. “A situação deve se normalizar até a primeira quinzena de março.”
Para contornar a situação, Chiquinho ressalta que primeiramente se faz o gerenciamento dentro das próprias escolas, buscando professores que estão atuando em outros setores, como bibliotecas, laboratórios de aprendizagem e projetos. “Não obtendo sucesso com os mesmos critérios entre as escolas da rede estadual do município e persistindo a falta, procura-se resolver com ampliação de carga horária ou convocação”, explica. Em última instância, a Secretaria Estadual de Educação buscará a contratação de novos profissionais para ocupar as vagas em aberto.
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Situação mais crítica ocorre em Vera Cruz
A Gazeta do Sul contatou algumas escolas estaduais da região para verificar a situação dos quadros de professores no início do ano letivo de 2019. Entre as instituições ouvidas, a situação mais grave é na Escola Estadual de Ensino Fundamental Paraguaçu, em Vera Cruz, onde faltam professores de Matemática, Educação Física, e Ciências, totalizando 32 horas/aula. Atualmente, todos os alunos de 6º a 9º ano estão sem Matemática. “Está uma loucura. Nossos professores estão sobrecarregados, entrando mais seguido em sala de aula com suas disciplinas para não deixar os alunos sem aula”, explica a vice-diretora Adriane Eloísa Gaspari.
Em Santa Cruz, na Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, a carência é na área de literatura, após a professora da disciplina se exonerar do Estado. Conforme a diretora Janaína Venzon, são dez turmas de segundo e terceiro anos do ensino médio sem a matéria. “O maior problema que estamos enfrentando é a morosidade da Secretaria de Educação em homologar as nossas turmas. Fizemos a solicitação de duas novas turmas em 3 de janeiro, mas até agora, nada”, lamenta. O receio é que esses estudantes sejam incorporados a outras turmas, ultrapassando a capacidade limite de 35 alunos por sala.
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Outros casos
Candelária – Escola Estadual de Ensino Médio Gastão Bragatti Lepage: a professora Cléamaris Corte Soares, vicediretora do noturno e supervisora do diurno, explica que faltam dois professores – de Física, que pediu exoneração do Estado, e de Técnica em Agronegócio, que está em licença-maternidade. “Estamos remanejamento professores para atender a essas carências.”
Rio Pardo – Escola Estadual Ensino Fundamental Dr. Pedro Alexandrino de Borba: segundo a vice-diretora Teresinha Lopes Ferreira, esta semana um professor de História deve sair, após pedir exoneração do Estado, mas a expectativa é de que a vaga seja preenchida em breve. A instituição também solicita a homologação de uma terceira turma de 3º ano.
Instituto Estadual de Educação Ernesto Alves: atualmente está faltando uma professora de Artes, que neste ano letivo foi para a direção. A disciplina conta com 14 períodos. De acordo com a professora Marla Kroth, diretora da escola, o pedido de um novo docente já foi encaminhado para a 6a Coordenadoria Regional de Educação.
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Santa Cruz do Sul – Escola Estadual de Ensino Médio Willy Carlos Frohlich (Polivalente): segundo o diretor Gerson Kist, a escola precisa de um professor de Educação Física para 20 horas, para atender turmas de 6o a 9º ano do turno da tarde. “Por enquanto, estamos substituindo essas aulas com outras matérias. Já fizemos a solicitação para a CRE e aguardamos um substituto.”
Vera Cruz – Escola Estadual Vera Cruz: está faltando professor de Educação Física, para atender o ensino médio. “Estamos adaptando as aulas neste primeiro momento. É complicado, porque os alunos sempre esperam ter aula desde o início do ano letivo e tirar pessoal dos setores interfere na organização da escola”, destaca o diretor Carlos Jardel Henn.
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