Você sabia que o Brasil é o segundo maior produtor de tabaco do mundo? Esta produção envolve 150 mil produtores e um ciclo produtivo com a participação de mais de 600 mil pessoas no meio rural. A importância socioeconômica desta cultura, principalmente para a região sul do Brasil, é evidente. Segundo o Sinditabaco, no ano passado as exportações do setor alcançaram 462 mil toneladas, movimentando cerca de US$ 2,09 bilhões. Na região Sul do país, o plantio acontece em 556 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Na safra 2017/2018, somando os três estados sulistas, o tabaco foi cultivado em 289 mil hectares.
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O setor do tabaco é tão relevante que no dia 6 de março de 2013 foi instituído no Rio Grande do Sul o Dia Estadual do Produtor de Tabaco. A data, que foi comemorada nesse domingo, 28, tem em sua essência o sentimento de agradecimento a todos os produtores e produtoras que dedicam a sua vida a esta cultura. No Estado, os municípios de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires são os que concentram o maior número de empresas, constituindo o maior complexo de processamento de tabaco do mundo. E claro, sem os produtores, nada disso seria possível.
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Foi pensando nisso que a Japan Tobacco International (JTI), que está presente no Brasil desde 2000 e em 2009 iniciou sua operação com tabaco em folha em Santa Cruz do Sul, resolveu celebrar a data compartilhando fatos interessantes sobre o setor. Confira:
1 – Origem
Segundo historiadores, o tabaco tem origem americana, sendo cultivado por indígenas nas Américas do Sul e do Norte. Uma das hipóteses levantadas é que a planta teria surgido nos vales orientais dos Andes Bolivianos e difundindo-se pelo território brasileiro por meio das migrações indígenas, principalmente dos Tupi-Guarani. Dizem que por volta de 1492, amigos de Cristóvão Colombo viram alguns índios fumando. Após isso, plantas de tabaco foram levadas para a Europa e cultivadas pela família real portuguesa. A partir de então o tabaco ficou conhecido no mundo inteiro, difundindo-se pela Europa, África e Oriente.
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2 – Foco de produção
Aqui no Brasil, grande parte da produção de tabaco fica localizada na região Sul, sendo exercida em sua maior parte pela agricultura familiar. São cerca de 150 mil famílias envolvidas neste processo, que torna o Brasil destaque em evolução de indicadores de produção nos últimos anos. Segundo o Sinditabaco, a distribuição geográfica da produção na região Sul se concentra nas microrregiões de Santa Cruz do Sul e Pelotas, no Rio Grande do Sul, Canoinhas, no norte de Santa Catarina e em Irati e Prudentópolis, no sudeste do Paraná.
3 – Especialização
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Outro fato interessante é sobre o nível de especialização na produção de tabaco, com cidades tendo mais de 60% da sua renda agrícola vindas desta cultura. Cabe lembrar que o Brasil é o maior exportador de tabaco do mundo desde 1993. O país apresenta condições de produzir tabaco de qualidade elevada a custos relativamente menores dentre os principais produtores, o que incentivou a instalação de empresas transnacionais. Resumindo, isso significa que a partir do trabalho do produtor rural, as receitas geradas no segmento de tabaco praticamente dobraram entre 1997 e 2017, aumentando 1,7 bilhões de dólares para 2,1 bilhões de dólares neste período.
4 – Importância do Sul
Outro fato que chama a atenção é sobre a importância da região sul na exportação do tabaco. Do total exportado pelo país, 99,4 % representam o que foi produzido nos três estados sulistas. No ano passado, os principais destinos do tabaco brasileiro foram a Bélgica, os Estados Unidos e a China, totalizando 157,5 mil toneladas do produto.
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5 – Tipos de tabaco
Existem vários tipos de tabaco. No Sul do Brasil, o tabaco produzido é dividido em dois grupos: Tabaco de Galpão e Tabaco de Estufa. As variedades do Tabaco de Galpão são chamadas assim, pois as plantas são curadas em galpões ventilados naturalmente. As variedades produzidas no Sul são o Burley e o Galpão Comum. Ambos apresentam tonalidade escura e podem levar até 40 dias para completar o processo de cura. Já o Tabaco de Estufa apresenta folhas claras, que são submetidas à cura em estufas com temperatura e umidade controlada em um processo que demanda de cinco a sete dias para ser concluído.
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