A aplicação do herbicida 2,4-D nas lavouras do interior – em especial as de soja -, vem prejudicando há alguns anos produtores de uva da região Centro Serra. Em virtude disso, a Associação dos Vitivinicultores (Ativis) emitiu uma nota pública manifestando a preocupação com o uso indiscriminado do mesmo.
De acordo com o presidente da entidade, Tiago Maieron, o fato vem se agravando desde o ano de 2013. Ele lembra que alguns produtores foram até o Ministério Público em busca de soluções. “É nesta época em que começam a aplicar o veneno. E ele afeta as parreiras”, alerta.
Confira a nota
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A AVITIS (Associação dos Vitivinicultores do Centro Serra), através de vários associados e por meio dessa nota pública, vem manifestar sua preocupação com o uso indiscriminado de herbicidas sem orientação nem aporte técnico, servindo a mesma de alerta tanto aos cidadãos quanto ao Poder Público. Os prejuízos são os mais diversos, começando pelo financeiro, onde já soma valores que excedem a ordem dos R$ 650 mil (seiscentos e cinquenta mil) apenas entre seis produtores consultados, passando também pela área ambiental, onde os manaciais d’água são poluídos, pela área social e de saúde pública, quando pessoas são acometidas por intoxicações através desses produtos e também cultural, sendo que prejudica quem quer além do seu sustento, a manutenção da cultura de seus antepassados fortemente presente na região. Os maiores danos vêm sendo registrados desde 2013, quando começou na região o uso extensivo dos produtos com o princípio ativo 2,4-D, principalmente na cultura da soja. Nesse sentido, mais como uma suplica, do que qualquer outra forma, viemos todos através dessa nota solicitar encarecidamente a todos os produtores que se utilizam de produtos a base do princípio ativo 2,4-D que façam o uso destes produtos antes da brotação das parreiras, ou seja, até no máximo o final do mês de agosto, e não o apliquem no ciclo vegetativo da mesma, como muitos produtores já conscientes dos danos que esses produtos causam para a vitivinicultura. Com apreço e cordiais saudações, deixamos uma reflexão: “Como você, produtor rural de outra cultura se sentiria se sua produção em poucos anos, apesar de todo seu esforço, trabalho duro, capital investido e das orações para que o clima seja favorável, visse a sua lavoura produzir menos da metade do que deveria?”
Avitis, 7 de agosto de 2018