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Economia

Entenda por que o pão está mais pesado no bolso

Quem vai à padaria todos os dias já deve ter percebido que está mais caro levar para casa o pão nosso de cada dia. Três ingredientes que compõem o produto fazem com que o custo esteja mais alto, forçando as empresas a repassarem o reajuste ao consumidor. Quebra na safra do trigo, alta do dólar e a implantação da tabela mínima do frete aumentaram em até 30% o gasto com a produção dos pães.

Nas principais padarias de Santa Cruz, o preço médio do pão francês – o popular cacetinho – ronda a marca dos R$ 10,00 o quilo (confira abaixo a tabela). Conforme o empresário e vereador Mathias Bertram, o custo mais alto acaba ficando com as receitas de cacetinho e pão de sanduíche. “Nestas massas, é usada apenas a farinha de trigo, que está bem mais cara. A fabricação desses pães está mais onerosa e já interfere no preço de venda ao consumidor”, avalia.

Bertram conta que ao longo do ano o preço do pão sofre reajustes por conta das variações do câmbio e da safra. Porém, o elemento novo é o reajuste do frete, a partir da mudança na fórmula de cálculo do transporte de cargas. A alta no frete pressiona as empresas a repassarem o custo. “Algumas empresas já devem ter reajustado. Quem ainda não fez talvez não consiga segurar por muito tempo.”

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Os preços em Santa Cruz

Ohland
Pão cacetinho: R$ 10,90
Pão de forma: R$ 16,00

Bonfim
Pão cacetinho: R$ 9,99
Pão de forma: não produz

Pritsch
Pão cacetinho: R$ 8,90
Pão de forma: R$ 10,70

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Jamaica
Pão cacetinho: R$ 9,70
Pão de forma: R$ 12,60

Pão Nosso
Pão cacetinho: R$ 9,70
Pão de forma: R$ 12,30

Cristal
Pão cacetinho: R$ 9,90
Pão de forma: R$ 10,50

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Goiás
Pão cacetinho: R$ 10,90
Pão de forma: R$ 9,95

Müller
Pão cacetinho: R$ 9,90
Pão de forma: R$ 8,90

Preço médio: R$ 9,97, valor por quilo de pão. Pesquisa realizada na tarde dessa segunda-feira.

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Três motivos para a alta

1. O aumento constante da valorização do dólar frente ao real é um dos fatores que colaboram para o aumento no valor dos pães. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), o Brasil importa a metade do trigo necessário para o consumo interno do País. Por causa disso, cada vez que o dólar sobe, o preço do trigo e da farinha precisa acompanhar esse reajuste. De acordo com o Banco Central do Brasil, de 1o de janeiro até ontem, o valor do dólar subiu 14%. A cotação em 1o de janeiro de 2018 era R$ 3,26 e, ontem, o câmbio fechou em R$ 3,71.

2. Quebra da safra na Argentina. Questões climáticas reduziram a oferta de trigo argentino, um dos mais consumidos na confecção de pães e derivados no Rio Grande do Sul. A estimativa do setor é que, somado à alta do dólar, o preço do trigo argentino pode estar até 40% mais caro atualmente.

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3. Aumento no preço do frete. A Medida Provisória 832, que instituiu a nova tabela de cálculo do valor do frete, pode ter sido o ingrediente que mais pesou na hora de calcular o preço do pão. Segundo o Moinho Santa Maria, fabricante da farinha Maria Inês, de Santa Maria, o custo de transporte chegou a aumentar até 80% desde 30 de maio, quando entrou em vigor a MP, negociada para colocar fim à greve dos caminhoneiros. A empresa é uma das fornecedoras de farinha para as padarias de Santa Cruz do Sul.

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