Titular da secretaria responsável pelos 3,5 mil servidores da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, o secretário de Administração e Transparência, Vanir Ramos de Azevedo, está de férias em Maceió, no Nordeste. A viagem em família chama atenção porque ocorre às vésperas da votação do polêmico projeto de lei que corta o pagamento dos vales-alimentação e transporte a servidores em férias ou que faltam ao serviço. A sessão extraordinária convocada pelo prefeito Telmo Kirst (Progressistas) para votar a matéria ocorre na noite desta quarta-feira, 18.
A Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) confirma que o secretário está de férias, mas assegura que a viagem já estava marcada há mais tempo e que não pôde ser adiada. Na ausência de Vanir, quem responde pela Secretaria de Administração é o diretor Eduardo Wisniewski. É ele que, segundo a Secom, deve ir à Câmara no fim da tarde desta quarta-feira para prestar esclarecimentos aos vereadores sobre as mudanças nas regras dos vales. A convocação para uma reunião especial antes da votação do projeto de lei foi aprovada na sessão do Legislativo dessa segunda-feira.
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Teste de fidelidade
Levantamento exclusivo realizado pela Gazeta do Sul ao longo da segunda-feira aponta que ao menos dois dos 11 vereadores da ampla base governista na Câmara podem votar contra o projeto: Licério Agnes (Progressistas) e Alex Knak (MDB). É sobre eles que recai a maior pressão tanto dos municipários quanto da oposição, que vê chances de barrar o projeto. O governo alega que precisa mudar as regras de pagamento dos vales para atender a uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Trata-se da matéria mais polêmica enviada à Câmara desde o início do segundo governo de Telmo Kirst (Progressistas), em janeiro de 2017. O caso é tratado pelo Palacinho como o primeiro e talvez maior teste de fidelidade da base aliada. Interlocutores do prefeito estão desde cedo conversando individualmente com cada um dos 11 vereadores aliados para confirmar o apoio. “Queremos que o projeto seja aprovado com dez votos, que é nosso máximo considerando que o presidente Bruno Faller (PDT) só votaria em caso de desempate”, disse um auxiliar de Telmo no fim da manhã desta terça-feira.
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