Muitas vagas de estacionamento, calçadas sem aperto, lojas com poucos clientes. Esse foi o retrato da área central de Santa Cruz do Sul na manhã desta quinta-feira, 24. Restaurantes, lojas, postos de combustíveis e outros serviços já sofrem os impactos dos protestos de caminhoneiros.
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No posto Shopping Car da Ramiro Barcelos, a gasolina acabou antes das 8 horas da manhã de hoje. Às 13 horas, só havia um pequeno volume de diesel disponível. Os cinco frentistas, acostumados a abastecer cerca de 50 carros por manhã agora dedicam-se ao serviço de lavagem, que também teve queda acentuada. “Normalmente são 12 carros por manhã. Hoje, foram 6. Amanhã, a tendência é que diminua, já que as pessoas não vão gastar gasolina para vir lavar o carro”, deduz a frentista Júlia Carvalho, enquanto limpa um veículo junto com o colega Fábio da Silva.
Júlia e Fábio sentem impacto no serviço | Foto: Cássio Filter
Logo ao lado, no restaurante Comabem, o proprietário Valdemir Corrêa estima uma queda de 15% no movimento, o que considera normal pela diminuição do número de pessoas pelo Centro. Ele relata também que três fornecedores de fora do município não conseguiram entregar mantimentos hoje pela manhã. Mas o que mais preocupa Corrêa é o abastecimento de gás, comprado a granel e que normalmente é entregue na sexta-feira. “Vamos ver durante a tarde como fica esta situação. Apesar disto, quero deixar claro que apoio o movimento, mesmo que eu tenha um pouco de prejuízo. Acho que perdemos agora para ganhar depois”, enfatiza.
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Foto: Cássio Filter
Para o taxista João Osmar Pohlmann, a manhã foi de espera. Acostumado a fazer até 8 corridas de taxi por manhã, atendeu apenas quatro clientes desde o amanhecer. “Já estava parado. E hoje o Centro tá vazio. É só olhar. Vamos ver como vai ser”, diz ele.
Taxista João Osmar Pohlmann atendeu apenas quatro clientes desde o amanhecer
Foto: Cássio Filter
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Nas grandes redes de lojas de eletrodomésticos e móveis, a preocupação principal é avisar os clientes que aguardam a chegada de mercadorias sobre o atraso. “A gente comunica e normalmente as pessoas têm compreendido”, comenta a gerente do Magazine Luiza, Sabrina Schoenmeier.
Os efeitos da greve nacional dos caminhoneiros, que começou na segunda-feira, começam a ser sentidos mais intensamente nesta quinta-feira, 24, em Santa Cruz do Sul. A categoria está paralisada e bloqueia rodovias federais e estaduais em protesto aos altos preços dos combustíveis. Sem entrega, postos, revendas de gás e supermercados começam a ficar desabastecidos. Devido à falta de combustível, o consórcio TCS vai suspender algumas linhas urbanas nos próximos dias.
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