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Saúde

Venâncio Aires registra um caso suspeito de febre amarela

Há um caso suspeito de febre amarela no Vale do Rio Pardo. A Coordenadoria Regional de Saúde (13ª CRS) investiga a situação de um caminhoneiro de Venâncio Aires não vacinado que esteve no Rio de Janeiro, um dos estados que enfrentam um surto da doença. Ele está internado e foi submetido a exames laboratoriais que fornecerão o resultado na segunda-feira. O material coletado foi enviado a um laboratório de Porto Alegre.

A enfermeira Beanir Lara, coordenadora da 13ª CRS, ressalta que a imunização é fundamental para que não aconteça a reintrodução da febre amarela nas cidades. “O desequilíbrio ambiental favorece a circulação viral, e a vacinação é importante para evitar a doença”, observa.

A imunização para febre amarela, a partir deste ano, é em dose única, a partir dos nove meses de idade. A eficácia é de 95%. Na maioria dos municípios, há um controle de vacinação. Se a pessoa perdeu o comprovante e/ou não lembra se recebeu a vacina, poderá consultar a Secretaria de Saúde do município. Uma campanha foi realizada em 2009, e uma porcentagem considerável da população foi imunizada. Quem deseja se vacinar deve entrar em contato com a Central de Imunizações. Em Santa Cruz do Sul, o contato é 3715 1546.

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Informações gerais sobre a doença podem ser obtidas no site saude.gov.br/febreamarela. Em um boletim epidemiológico divulgado nessa sexta-feira, a Secretaria Estadual da Saúde informou que há 20 casos suspeitos em investigação no Rio Grande do Sul.

Sintomas

A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai esse vírus não chega a apresentar sintomas ou eles são muito fracos. As primeiras manifestações são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente.

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SAIBA MAIS

Transmissão
A febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de alguns países da África, e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus e do gênero Sabethes. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que nunca contraiu a febre amarela ou tomou a vacina circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a enfermidade, o indivíduo pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano.

O papel dos macacos
Além do homem, a infecção também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. O macaco não transmite a doença para os humanos, assim como uma pessoa não a repassa para outra. A transmissão se dá somente pelo mosquito. Os macacos ajudam a identificar as regiões onde há a circulação do vírus. Com esses dados, o governo distribui estrategicamente as vacinas.

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Prevenção
Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção deve ser feita evitando sua disseminação, com eliminação da água parada e do acúmulo de lixo.

Caso confirmado no RS

Um fotógrafo de 27 anos, morador de Jaguarão, no sul do Estado, foi o primeiro caso confirmado de febre amarela no Rio Grande do Sul neste ano. Ele ficou doente após passar cerca de duas semanas em São Tomé das Letras, no interior de Minas Gerais. Conforme o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, o paciente teria viajado à região no dia 13 de janeiro e ficou até 27. Ao voltar para o Rio Grande do Sul, já apresentava sintomas da doença como febre, vômitos, dores musculares e edema generalizado, e foi levado para a UTI, em Pelotas.

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Internado no Hospital Universitário São Francisco de Paula desde então, o paciente já apresenta melhora no quadro, saiu da UTI e não corre risco. O Rio Grande do Sul não apresentava casos confirmados de febre amarela desde 2010, quando foi registrado o último importado. Casos autóctones (contraídos dentro do Estado) não são confirmados desde 2009.

Ministro defende vacinação de toda a população

O Ministério da Saúde vai discutir com estados e organismos internacionais a possibilidade de ampliar a vacinação contra a febre amarela para todo o País ainda neste ano, por conta da circulação do vírus em novas áreas. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou a proposta na última quinta-feira, em Brasília, durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite. A sugestão será também discutida com organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

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Atualmente, alguns estados do Nordeste e áreas do Sul e Sudeste do País não fazem parte das áreas de recomendação de vacina, por não apresentarem circulação do vírus. Nesses locais, aproximadamente 34 milhões de pessoas deverão ser vacinadas. São 11 milhões nas regiões Sul e Sudeste, além de 23 milhões no Nordeste. O ministério estuda incluir todos os estados como Área com Recomendação de Vacinação. O Ministério da Saúde aguarda o funcionamento da nova fábrica da Libbs Farmacêutica, em São Paulo, que poderá produzir mais de 4 milhões de vacinas por mês, em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Entre 1º de julho de 2017 e 20 de fevereiro deste ano, houve a confirmação de 545 casos de febre amarela no Brasil, com 164 óbitos. Foram notificados 1.773 casos suspeitos, dos quais 685 foram descartados e 422 permanecem em investigação. De julho de 2016 até fevereiro de 2017, eram 557 casos e 178 mortes confirmados.

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