Aos 23 anos, Leonardo Wink carrega uma bagagem de dar inveja a muito ciclista por aí. Sobre sua magrela, o vera-cruzense já percorreu boa parte do Rio Grande do Sul, desbravou Portugal e agora se prepara para atravessar três países em uma tacada só: Brasil, Argentina e Chile. A nova jornada começa neste sábado, quando o bacharel em Educação Física partirá de Torres, no litoral gaúcho, e atravessará a BR-290 até Uruguaiana. Depois ingressa em Paraná, capital da província Entre Rios, na Argentina, Santa Fé e Mendoza até chegar à fronteira com o Chile. Por lá, pretende desbravar a cidade que sedia o monte Aconcágua, pico com 6,9 mil metros de altitude. “Essa passagem com certeza será o ponto alto da viagem, um dos lugares mais fantásticos que irei conhecer.”
Apesar da expectativa de encarar o roteiro, que também inclui Valparaiso e Santiago, o jovem quer mesmo é resgatar aquela sensação que só o cicloturismo proporciona: a liberdade. “É um momento em que eu dito o meu ritmo, me encontro e renovo as energias.” Nesse embalo de pedaladas, Wink já definiu algumas prioridades. Pelo menos uma vez por ano, irá sozinho ao encontro da estrada. “Pra mim, a bicicleta é um propósito de vida e é por isso que eu a utilizo para viajar. É para divulgar esse meio de transporte que só faz bem para a saúde, meio ambiente e bem-estar”, complementa.
Ao longo do itinerário de 2,6 mil quilômetros, Léo pretende se organizar para gastar o mínimo possível. Desprendido, vai acampar ao invés de pernoitar em pousadas ou hotéis. Prático, pretende levar o mínimo para suas principais necessidades. Kit de higiene, toalhas, peças de roupa, incluindo algum casaco para encarar a altitude do Chile e, claro, sinalização adequada estarão no bagageiro. Com a experiência de quem já pedalou alguma – boa – distância, o bacharel em Educação Física ainda brinca: “Quando for lanchar ou almoçar, sempre dá para pedir aquele descontinho. As pessoas se solidarizam com quem é viajante”.
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O roteiro, que inclui 27 dias de pedaladas, ainda tem outro ousado sentido. Além de significar um respiro fora da rotina urbana, também será uma espécie de treinamento para um desafio maior ainda. Léo sonha alto e pretende, em breve, dar a volta ao mundo de bike. Antes disso, foca no próximo itinerário e vai contar, à medida que os dados móveis e a Wi-Fi assim permitirem, suas aventuras pelas redes sociais. Segue ele lá no Face. É Leonardo Wink.
São 3,4 mil quilômetros pedalados
É inegável que um mínimo de condicionamento físico é necessário para todo interessado em se aventurar em viagens de bike. Mas, segundo Leonardo Wink, que já pedalou 3,4 mil quilômetros (2,4 mil no RS e mil em Portugal) não há por que temer ou mesmo criar desculpas para não se desafiar.
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“Não é nada impossível. Tu vai no teu ritmo, descansa e renova as energias.” O ciclista não nega, entretanto, que é preciso, sim, ter coragem. E por isso deixa um recadinho de motivação. “É ter vontade de conhecer novos lugares e pessoas e interesse em adotar outro estilo de vida, mais leve e desprendido.”
Na cabeceira
Está a fim de mergulhar nesse universo da bici (e suas viagens)? Então dá uma espiada nos livros que inspiraram Leonardo e continuam na cabeceira da cama para motivá-lo a pensar em novos roteiros.
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- “O mundo ao lado: uma volta ao mundo de bicicleta”, de Arthur Simões
Narra a aventura do bacharel em Direito que, aos 24 anos, percorreu um roteiro de países pouco visitados e áreas desconhecidas em países turísticos, sempre em busca da verdadeira cultura local.
- “Operação Banda Oriental”, do conterrâneo e parceiro de pedaladas, Demétrio Soster
Narra uma experiência de cicloturismo entre o município de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, e Buenos Aires, na Argentina, totalizando 1,3 mil quilômetros pedalados em dez dias.
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