O desabastecimento que deixou moradores dos bairros Santa Vitória e Dona Carlota sem água por 50 horas no fim de semana estimula que a Corsan acelere o contrato de performance para substituição de distribuidoras. Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã dessa segunda-feira, o superintendente regional da estatal, José Epstein, garantiu que já em 2018 equipes farão a troca das tubulações de grande porte (até 350 milímetros), estruturas responsáveis por boa parte dos episódios de falta de água no município.
Apesar de o evento ter causado transtornos – moradores ficaram até 50 horas sem o serviço –, a companhia garante que o episódio não indica dificuldades de fornecimento para o verão. “O grande problema de sexta, sábado e domingo aconteceu porque os técnicos demoraram para encontrar um vazamento de grande porte, localizado na Rua Victor Frederico Baumhardt. Não tem nada a ver com o calor”, assegurou.
Outra adversidade que contribuiu para o desabastecimento foi o rompimento de duas adutoras – uma de 200 e outra de 150 milímetros – no Distrito Industrial. “Ficamos 36 horas tentando localizar a causa. Acontece que mesmo após o conserto das adutoras, o vazamento de difícil acesso não permitia a pressurização da água. Por isso a demora.” Segundo o superintendente, a execução da segunda fase do contrato de performance em Santa Cruz no próximo ano permitirá a substituição de mais 20 quilômetros de redes com até 300 milímetros.
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“Geralmente são nesses pontos que ocorrem mais vazamentos e problemas”, justifica. Desde 1° de dezembro, o trabalho do contrato está em fase de diagnóstico, mas a expectativa é de que até o fim de janeiro já se tenha um cronograma de todas as atividades a serem executadas.
Epstein: vazamento “invisível” complicou. Foto: Lula Helfer.
Serviço já está normalizado, diz Epstein
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Um dos mais longos desabastecimentos dos últimos anos em Santa Cruz do Sul teve início às 13 horas da última sexta-feira e seguiu até as 15 horas de domingo. Os moradores dos bairros Santa Vitória e Dona Carlota foram os principais atingidos. Na manhã de domingo, aliás, a Prefeitura precisou despachar caminhões-pipa para auxiliar a comunidade afetada, que encarou o problema sob um calor de 40 graus. Com baldes e litrões, as pessoas garantiram um pouco de água para as principais necessidades. No início da tarde, a Corsan também enviou um caminhão para amparar os moradores. Até a manhã de ontem, todos os pontos desabastecidos já estavam normalizados.
Aparência não indica contaminação
Horas após o problema do fornecimento ser resolvido, moradores atingidos reclamaram da cor da água e enviaram queixas para a Rádio Gazeta e o Portal Gaz. O superintendente regional, José Epstein, explica que resíduos acabam sendo sugados para a rede após episódios de rompimentos. Ele assegura, entretanto, que a água não está contaminada. “Trata-se do processo de expurgo que pode levar algumas horas.” O ideal, segundo o gerente da Corsan, Armin Haupt, é que os usuários deixem a água correr antes de utilizá-la. Se mesmo assim o líquido permanecer sujo, Haupt orienta que a população ligue para o 0800 646 6444 e solicite que equipes se desloquem ao local para limpar as impurezas.
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Equipes da Corsan trabalham para descobrir causa do problema em frente ao 7º BIB. F oto: Rodrigo Assmann.
Cautela na floriano
Os reparos para consertar um vazamento na Marechal Floriano, em frente ao 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7o BIB), causaram leve transtorno no trânsito nesta segunda à tarde. Conforme Epstein, equipes da Corsan trabalham para descobrir onde está o problema, que também interrompeu o abastecimento no Bairro Esmeralda, no Viver Bem e no Santa Vitória no sábado. A mobilização seguiu ainda ontem à noite e tão logo o reparo seja concluído, o buraco será tapado. Em horário comercial, os carros devem circular com cautela pelo local.
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