O gesso da cozinha veio abaixo logo depois de Maria de Lourdes da Silva sair pela porta da casa por ter escutado barulhos estranhos. Ela diz que foi sorte. Poderia ter se machucado enquanto preparava o almoço. Após o susto, tremia com o celular na mão para contar ao filho o que havia acontecido, no último dia 7. A dona de casa, de 73 anos, mora com as duas filhas há cinco anos na casa, construída pelo programa Minha Casa Minha Vida, no Corredor Darci Dias, Bairro Ana Nery.
Algo semelhante havia acontecido em julho de 2015, quando partes do teto do quarto da filha Rosangela caíram em cima dela. No ano passado, o problema se deu na sala. Aos poucos, o sonho da nova casa foi se transformando em pesadelo. Sem uma resolução para os problemas no teto, Maria acionou a Justiça para ser indenizada. Uma perícia foi feita. O levantamento aponta que o isopor deveria ter sido aplicado na parte superior da chapa ao invés da inferior e que o gesso sequer constava no memorial descritivo do contrato.
O engenheiro responsável, Clóvis Krummenauer, disse que todo o gesso terá que ser refeito. Segundo ele, o problema foi no arame de fixação. “O problema agora é que a questão foi parar na Justiça. Se tivesse sido feito um acordo, seria mais rápido. A construtora se comprometeu a arcar com os custos”, afirmou.
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O laudo pericial esclarece que a empresa responsável pela obra se colocou à disposição quando soube do problema. Porém, Maria não permitiu a realização do conserto. Segundo o advogado da construtora, ela também não aceitou o acordo proposto pela empresa, inclusive em valores superiores ao que foi indicado no laudo. Na explicação da empresa, o isopor é um material utilizado quando há um projeto para construção de um segundo pavimento. O gesso foi colocado por questão estética. A causa do desmoronamento foi a oxidação e corrosão do arame galvanizado empregado na sustentação das placas.