De olho na possibilidade de exportar tecnologia santa-cruzense para a maior potência econômica da Europa, o desenvolvedor de sistemas Douglas Henrique Tatsch está, desde essa terça-feira, 13, à procura de parcerias no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). O plano dele é comercializar o sistema de gerenciamento de resíduos, desenvolvido pela empresa local, para investidores alemães durante o 35º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (Eeba). Ao incentivar negócios entre os dois países, o evento, que se encerra hoje, é uma janela que atravessa o Atlântico e está aberta às oportunidades.
“Nós temos tecnologia para oferecer e podemos fechar ótimas parcerias com empresas alemãs”, acredita Tatsch. A tônica do evento iniciado ontem – justamente o fomento às parcerias – faz com que a empresa de Santa Cruz do Sul trace um plano de voo alto.
Tecnologia de cá e de lá. Enquanto empresas de ponta estão de olho nos euros alemães, o inverso também acontece. Para o vice-ministro de Economia e Energia da Alemanha, Matthias Machnig, o país deve estreitar negócios nas áreas de geração de energia limpa, com a tecnologia fotovoltaica, e na modernização do transporte ferroviário, que, na Europa, trilha rumo à excelência.
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O encontro alimenta a perspectiva econômica nacional. Com a possibilidade de crescimento na casa de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) e a projeção de dobrar o índice em 2018, o Brasil acredita ser um porto seguro para o investimento alemão. “Atualmente temos mais de 1,6 mil empresas alemãs em operação no Brasil. Com o nível de confiabilidade aumentando, certamente o Eeba 2017 servirá para ampliar esse número”, projeta o secretário-geral das Relações Exteriores, Marcos Galvão.
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1,6 mil empresas alemãs estão em operação no Brasil, segundo dados da Secretaria Geral das Relações Exteriores
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Santa Cruz do Sul de frente para a BMW
O primeiro município que aparece no espaço de expositores da Fiergs é a terra da Oktoberfest. Rodeado de empresas alemãs, o estande de Santa Cruz está de frente para o da montadora BMW. Em local privilegiado, o ambiente recebeu ontem a visita do governador José Ivo Sartori. “Os alemães sabem que podem investir aqui. Só não investe no Estado quem não quer, porque o Rio Grande do Sul oferece oportunidades”, disse.
O vice-presidente de desenvolvimento da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), Eduardo Kroth, confirma a confiança de Sartori e enumera as vantagens de Santa Cruz. Segundo ele, a cultura e o alto nível de formação local devem ser um atrativo aos alemães. “Estamos falando de uma proximidade cultural e de uma mão de obra extremamente qualificada. Nós temos o incentivo à inovação”, avalia.
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No estande de Santa Cruz, para receber os visitantes, estão o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Cultura e Turismo, Flávio Bender, recepcionistas que falam alemão e a famosa cuca, que tempera e dá sabor à acolhida local.
A Eeba continua nesta terça-feira, com encontros e workshops. A estimativa é de que 2 mil inscritos – entre empresários e investidores – participem do evento. A iniciativa é da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias da Alemanha.
A edição deste ano é organizada pela Fiergs, em parceria da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha. Esta é a primeira vez que Santa Cruz do Sul tem representação no evento.
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