Frente à possibilidade de mais um parcelamento de salários, com primeiro pagamento somente no dia 15 de outubro, aumenta a adesão dos professores à greve do magistério estadual. A expectativa do governo do Rio Grande do Sul é de que essa seja a pior época para quitação das remunerações desde o início dos parcelamentos. Caso haja pagamento no último dia útil deste mês, o valor pode ser de R$ 150,00.
No Vale do Rio Pardo, algumas escolas que haviam retomado as atividades voltaram a integrar o movimento grevista e outras que ainda não haviam aderido paralisaram as aulas. De acordo com a diretora do 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, Cira Kaufmann, professores de pelo menos quatro novas escolas vão se engajar ao movimento a partir de segunda-feira. “A falta de um posicionamento positivo acirra os ânimos, mas os professores também estão vendo que o movimento está forte e crescente”, avaliou.
A partir de segunda-feira, a categoria entra para a terceira semana de mobilização e algumas instituições voltam a conversar sobre a manutenção do movimento. “Houve recuos, mas a maioria dos professores continua parada. A partir de segunda, mais escolas serão visitadas e a tendência é o fortalecimento da greve”, afirmou. Cira destacou que o governador José Ivo Sartori não apresenta propostas para reverter o quadro dos parcelamentos. “Ele está medindo forças com a categoria.”
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Na próxima semana, uma série de atividades vai movimentar a classe. Na Capital, serão realizadas manifestações na terça e na sexta-feira. Na quarta-feira, a diretoria do 18º Núcleo do Cpers vai visitar as escolas, para sensibilizar a categoria. Já na quinta, duas assembleias regionais – em Venâncio Aires, de manhã, e em Santa Cruz do Sul, à tarde – vão reunir os professores da região.
Correios
Em greve desde quinta-feira, pelo menos 80% dos trabalhadores dos Correios de Santa Cruz do Sul estão paralisados. No Vale do Rio Pardo, o índice chega a 50%. De acordo com o diretor da subsede da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), Aristóteles Neto, a expectativa da categoria é de que na segunda-feira a empresa apresente uma proposta de reajuste salarial. Os trabalhadores reivindicam reposição de 8%. Segundo Neto, informações não oficiais dão conta de que a empresa fará uma oferta de 3%. “Se for só isso, não vamos aceitar e a greve vai continuar.”
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