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Campanha

Setembro alerta para prevenção do suicídio

O mês de setembro faz um alerta para um problema que parece ainda não estar sob controle dos órgãos de saúde: o suicídio. Por ano, cerca de 800 mil casos são registrados no mundo. Em Santa Cruz do Sul, segundo dados do Comitê Municipal de Prevenção do Suicídio, houve uma oscilação do número de mortes nos últimos três anos. Enquanto 2015 registrou 11 suicídios – seis a menos em relação ao ano anterior –, em 2016 o volume deu um salto, com 22 ocorrências. E só nos primeiros oito meses de 2017 houve 14.

Para marcar o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, pelo quarto ano, a campanha Setembro Amarelo busca conscientizar a população em todo o País. O comitê organizou uma programação extensa em Santa Cruz, que se iniciou pela distribuição de cartazes no transporte coletivo. Ao longo do mês haverá capacitações para técnicos da saúde, distribuição de fitas amarelas e informativos, palestras e orientações. O Palacinho, na Praça da Bandeira, ficará iluminado de amarelo.

Desde março de 2016, o comitê de prevenção monitora as questões voltadas ao suicídio e trabalha em um programa de enfrentamento. A atuação ocorre em escolas, por meio de rodas de conversa, e junto ao Samu, Hospitalzinho, Unidade de Pronto Atendimento, Hospital Santa Cruz e os três Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

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Segundo a coordenadora do comitê, psicóloga Marliza Schwingel, ainda não há um estudo que indique as motivações dos suicídios em Santa Cruz. Ela os atribui a transtornos de humor (como depressão, esquizofrenia e bipolaridade), falta de estrutura familiar e social, além de dificuldades socioeconômicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 90% dos casos no mundo estejam relacionados com distúrbios mentais, sobretudo depressão. “Existe um sofrimento e ele precisa ser aberto. As pessoas precisam parar de julgar e ajudar, ouvir quem está com problema.”

Em Santa Cruz

Ano    Homens    Mulheres    Total de mortes
2014    12    5    17
2015    9    1    10    
2016    20    2    22
2017    13    1    14*
*Número registrado até agosto.

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Programação

  • 4/9: reunião com o Observatório do Suicídio, que apresentará o projeto de investigação de casos, às 14 horas, no Caps 2.
  • 5/9: capacitação do Observatório do Suicídio, entre 8 e 17 horas, no auditório do Dom Alberto.
  • 9/9: participação no programa Rádio Saúde, da Gazeta AM.
  • 17/9: Feira de Saúde Mental, entre 15 e 18 horas, na Praça da Bandeira.
  • 26/9: capacitação oferecida pelo Centro de Valorização da Vida a técnicos da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde.
  • 27/9: palestra para sobreviventes (pessoas que conviveram com suicidas) e vítimas que tentaram tirar a própria vida, às 13h30, na Câmara de Vereadores.

Homens

O levantamento aponta dados em comum nos três anos: a maioria das vítimas eram homens e grande parte dos suicídios foram cometidos por moradores da zona urbana. Além disso, o principal meio utilizado para se matar foi enforcamento – 20 casos contra dois de arma de fogo em 2016.

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Já as mulheres foram responsáveis pelo maior número de tentativas de suicídio – das 122 tentativas de 2015, 74 foram de mulheres e 48 de homens. Em relação ao ano passado, o comitê só possui dados do primeiro semestre, quando foram registradas 54 tentativas – 32 de mulheres e 22 de homens.

Busca

Para o especialista em psicanálise, hipnose e parapsicologia, padre Hilário Dewes, quem comete o suicídio tenta fugir do sofrimento. “Quem se mata é porque cansou de viver ou vê obstáculos pela frente e acredita que não conseguirá suportá-los.” Segundo ele, a Igreja não condena o comportamento suicida. “A Igreja procura entender os motivos e lembrar que Jesus dizia para não fazer julgamento”, frisa. Acrescenta que a comunidade buscava associar à Igreja alguns costumes, como o sepultamento de um suicida fora de cemitério ou em local isolado. “Mas nenhum documento oficial fala sobre isso.”

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Número de casos em Venâncio já supera total do ano passado

Depois de conseguir deixar o posto de município com a maior incidência de suicídios no Estado, Venâncio Aires voltou a ter um aumento do número de pessoas que tiraram a própria vida. Até ontem, 15 já haviam se matado, enquanto em todo o ano passado houve 11 suicídios. 

Segundo a coordenadora do Caps 2, enfermeira Regina Freitas Marmitt, os casos de 2016 teriam acontecido tanto na cidade quanto no interior, por vários motivos. A programação do Setembro Amarelo no município foi aberta ontem com a inauguração da faixa de valorização da vida, distribuição de informativos e fitas amarelas e rodas de conversa com pacientes e funcionários do Caps. O principal evento, porém, está marcado para 16 de setembro, na Praça da Igreja Matriz. Será realizado um evento aberto ao público, que contará com apresentações artísticas, oficinas e orientações.

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