O Parque da Oktoberfest foi aberto esta semana para a chegada de motorhomes. O encontro entre pessoas que fizeram da estrada um estilo de vida ocorre até o próximo domingo. Entre os participantes do grupo Rancho Móvel que decidiram chegar cedo a Santa Cruz do Sul está o casal porto-alegrense Lisane e Roberto Janovik, de 58 e 63 anos. Eles se conheceram em um camping há 35 anos e, desde então, nunca deixaram a paixão que compartilham.
“Temos uma sensação de liberdade. Atualmente podemos viajar mais, com os filhos independentes. Quando bate a saudade, retornamos para casa. Mas não ficamos por muito tempo”, diz Lisane. “É bom não ter rotina, não ter horário. Além do relacionamento com outros membros do grupo, que organiza seis encontros por ano. Muitas vezes levamos o carro de reboque, para viagens curtas”, conta Roberto.
Há dez dias eles retornaram do Uruguai, assim como o casal Sônia e Milton Pauletti, de 60 e 64 anos, que também está no Parque da Oktoberfest. Os quatro amigos estiveram nas Termas de Arapey, no departamento de Salto. Gostaram da estrutura do local, preparada para o turismo, mas nem sempre encontram lugares assim. “O que precisamos é água e luz, mas também que o ponto de parada seja seguro. Na estrada, procuramos postos de gasolina confiáveis. Na Europa e Estados Unidos, há locais com ótima infraestrutura especialmente para motorhomes e traillers”, salienta Milton.
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Sônia exalta as recordações que acumula dos caminhos percorridos. “É a nossa terapia em grupo. Sentar e relembrar as histórias. É a principal satisfação”, resume.
Residência em Gramado é a “casa de passeio”
Também presentes no Parque da Oktober, Érico e Mônica Schneider, de 68 e 55 anos, afirmam que a residência em Gramado é a “casa de passeio”. Antes de vir para Santa Cruz, estiveram em Bonito, no Mato Grosso do Sul, com quatro casais de uruguaios. Eles estão há quatro anos com um motorhome compacto, com direito a energia solar e televisão por assinatura. No período, já rodaram 50 mil quilômetros. Érico garante que o veículo faz 10,9 quilômetros por litro. “Ano que vem, vou entregar a empresa para o filho e ele vai me dar um salário para viajar”, projeta Érico. Mas, atualmente, quem trabalha diretamente na empresa é Mônica. “Eu virei dono de casa. Sou eu que cozinho, faço as compras. Ela só cozinha no motorhome”, brinca.
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Érico e Mônica Schneider já estão há quatro anos na estrada | Foto: Rodrigo Assmann
Eles comentam que os filhos são casados. O que dá mais saudade são os netos. “De vez em quando, nós os revemos. Em setembro, vamos parar um pouco. Mas logo depois voltaremos para a estrada. Fazer novas amizades, rever os amigos que conquistamos”, salienta Mônica.
Érico conta que amigos estiveram no Alasca recentemente. Passaram por um problema com o motorhome comprado nos Estados Unidos – o veículo precisou ir para a oficina. “São coisas que acontecem. E, por lá, dá para comprar um por 9 mil dólares. Tem gente que mora efetivamente no motorhome, coisa que ainda está engatinhando por aqui”, diz Érico.
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