Se foi ótimo para algumas culturas como a do pêssego, da ameixa e do trigo e cevada, o frio da semana que passou trouxe alguns danos para uma parte das primeiras lavouras de tabaco transplantadas na região e também para pastagens. A geada queimou os pastiçais e também parte das mudas das lavouras que começavam a ser plantadas nas áreas mais baixas. A comercialização do tabaco está praticamente finalizada na região e os produtores do Vale do Rio Pardo estão mais preocupados no momento com as operações de preparo convencional dos camalhões. Algumas áreas com cobertura de aveia também estão sendo dessecadas para dar lugar ao plantio direto do fumo.
Milho verde e folhas
Esta semana já será possível identificar que a safra do milho verde na região está praticamente finalizada, processo que foi ligeiramente apressado pelas geadas. A bandeja de três espigas deu um pulo de 38% nos preços, passando de R$ 1,20 para R$ 1,80 ao produtor. Vai bater nos supermercados e feiras com preços mais “salgados” ao partir de agora. As folhosas não cultivadas sob sistemas de proteção ou hidroponia registraram danos por causa da geada e isso também vai mexer nos preços ao consumidor.
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Ao produtor
A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) está investindo cerca de R$ 5 milhões na construção de sua segunda loja na vizinha Cachoeira do Sul. O prédio de três mil metros quadrados na Avenida Marcelo Gama será inagurado em três de dezembro, quando a Afubra comemora treze anos na cidade. Será a primeira loja exclusivamente destinada a insumos, equipamentos e materiais para a agropecuária. A medida é estratégica e atende a demanda de espaço pelo crescimento da unidade voltada a móveis, eletrodomésticos, ferragens e bazar no centro da cidade, comandada pelo gerente Fábio Silva, e ao forte mercado de insumos baseado em 145 mil hectares de soja, 35 mil hectares de arroz e importantes lavouras de milho, trigo, tabaco e fruticultura daquele município.
Arroz na cesta
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I – Reunida em Brasília (DF) esta semana, a Câmara Setorial Nacional do Arroz debateu o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que prevê redução e uniformização das alíquotas de ICMS dos itens da cesta básica, incluindo o arroz. Tramita na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal e precisa ser aprovada lá, no plenário da Câmara e no do Senado, em dois turnos, para posterior análise e promulgação ou não do Executivo.
II – A proposta imporia limites à guerra fiscal entre os estados, que gera desgastes e custos ao setor produtivo e atualmente traz vantagens para que centros como São Paulo e Minas Gerais comprem arroz no Paraguai no lugar de comprar no Rio Grande do Sul. Além de aumentar o consumo do grão, o setor entende que isso pode favorecer a formação de preços aos agricultores e também aos consumidores. Numa época em que o governo federal aumenta impostos dos combustíveis, seria uma ótima notícia.
Novo fôlego
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Também está em debate no Senado Federal projeto que estabelece regras a uma grande repactuação das dívidas agropecuárias. A proposta reduz a burocracia, flexibiliza o pagamento e poderá reestabelecer o acesso ao crédito para uma parte dos produtores que hoje dependem da iniciativa privada e dos fornecedores para viabilizarem o plantio de suas safras. Fôlego para uns, sobrevida para outros. A expectativa é de que seja aprovado até o final do ano se os escândalos políticos não atrapalharem mais a pauta.
Safra sem fim
I – A grande safra agrícola brasileira desta temporada ainda não gerou lucro em boa parte das culturas. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou na última quinta-feira (20/7) que nos últimos 12 meses, o IIPR (Índice de Preços Recebidos pelos Produtores Rurais) acumulou queda de 24,1%, a maior desde 2010, início da séria histórica. O resultado está distante do IPCA Alimentos que teve deflação de -0,03% e do IPCA, com 1,18%, segundo o economista chefe da entidade, Antônio da Luz. Isso, diz, claro os rumos opostos trilhados entre os preços praticados ao produtor e ao consumidor.
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II – Apesar do segundo mês consecutivo com altas, o primeiro semestre de 2017 também fechou com resultado negativo nos preços praticados no campo, atingindo -15,4% na média. O milho (-35%) e soja (-14%) foram os principais responsáveis pelo saldo em queda. Ainda assim, Antônio da Luz assegura que o quadro melhorou nos últimos dois meses, tendo o IIPR registrado 1,21% em junho. A recuperação de milho (1,3%) e soja (1,4%), junto com trigo (5%) e leite (1,7%) foram os principais responsáveis na composição do resultado durante o mês passado.