Pelo menos 200 pessoas, entre produtores e técnicos de municípios do Vale do Rio Pardo e da região Sul do Estado, participaram ontem do Dia de Campo sobre Fruticultura promovido pela Emater/RS-Ascar, em Rio Pardo. Realizado no Parque da Expoagro Afubra, o evento abordou, em seis diferentes estações, a produção de morango fora do solo, cultivares de citros e manejo de pragas e doenças, nogueira pecã, cultivo de banana, manejo de inverno da videira e quintal orgânico de frutas e manejo da cultura do pessegueiro.
Conforme o assistente técnico regional da Emater Vivairo Zago, o dia de campo é um momento de motivação para os agricultores, tanto para trabalharem o pomar doméstico, quanto para produzirem para comercialização. O Vale do Rio Pardo tem produção insuficiente para o abastecimento do mercado regional. Porém, tem potencial para a fruticultura na agricultura familiar, segundo Zago. Esse potencial se deve ao clima – ameno e com boa radiação solar –, à existência de mão de obra familiar e condições de solo para todas as culturas trabalhadas nesta quinta.
O solo tem boa drenagem, principalmente na área de coxilha, fertilidade natural média e profundidade. “Os agricultores que estão aqui querem produzir para subsistência, mas daqui a pouco poderão vender o excedente para o Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Programa de Aquisição de Alimentos”, observou. O evento buscou mostrar o que pode ser plantado na região e técnicas de cultivo, manejo, adubação e podas.
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Zago frisa que a região tem grande potencial para explorar a fruticultura como produto comercial, o que pode se tornar uma alternativa a mais de renda na propriedade. Ele diz que a intenção não é recomendar aos produtores que deixem o cultivo do tabaco, pois esta é uma cadeia comercial constituída, cuja produção, além de ser rentável, é buscada na propriedade. É diferente da fruta, para a qual o produtor ainda tem que conquistar mercado.
Técnicos da Emater, da Embrapa e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) deram as informações aos produtores nas diferentes estações. Na que abordou a produção de morango fora do solo, também houve depoimento do casal de produtores Silvia Baierle da Silva e José Eloir Azeredo, de Passo do Sobrado, que falou sobre sua experiência neste tipo de cultivo. Além da Emater, Embrapa e da UFSM, a Afubra foi parceira do evento.
Agricultores participam e buscam formas de diversificar a produção
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O produtor de tabaco Mário Luis de Vargas Ribeiro, 52 anos, de Amaral Ferrador, participou do Dia de Campo. Ele planta batata-doce, mandioca, melancia, couve e alface para subsistência e vende o que excede as necessidades de consumo da família. E foi ao evento buscando mais conhecimentos para aprimorar e ampliar a produção, visando torná-la uma alternativa de renda e não ficar dependendo somente do tabaco.
Romeu Behling, de 60 anos, morador de Vale do Sol, contou ter participado para adquirir mais conhecimento e técnicas para melhorar a produção. Ele e a esposa Lonica, ambos aposentados, cultivam banana, laranja, uva e abacaxi. Vendem parte da produção para escolas, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e mais uma parte na feira rural, uma vez por semana. “Não ficaremos ricos, mas vivemos bem assim”, revelou.
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