Grupos de motociclistas e trilheiros de Rio Pardo deixaram seus veículos e as estradas de lado, na manhã de sábado, para participar de uma atividade diferente, voltada à segurança deles. Diante das estatísticas negativas envolvendo tripulantes de motos, o Corpo de Bombeiros promoveu uma ação com o objetivo de instruir com medidas de primeiros socorros para os casos de acidentes durante a prática de lazer. “Eles estão em trilhas, campos, matos e sem muitos recursos para quem se acidenta”, argumentou o comandante do batalhão, tenente Dimas Gottardo, sobre o foco da palestra.
De acordo com Gottardo, uma a cada cinco ocorrências atendidas pelos bombeiros no município envolve motociclistas. Ele destacou a necessidade de agir de forma correta e imediata para evitar que os problemas decorridos de acidentes se agravem. Por isso, foram realizadas demonstrações de como imobilizar uma vítima com fratura, estancar ferimentos e quando e como remover o capacete. “Retirar o capacete de forma errada pode lesionar a coluna e deixar a vítima paraplégica. Abordamos coisas desse tipo, que podem salvar uma vida”, explicou. O tenente afirmou que pretende organizar novas edições do encontro.
Em maio, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) divulgou o mapa de acidentes envolvendo motocicletas no Rio Grande do Sul. O levantamento mostrou que 34% do total de 12.279 acidentes fatais ocorridos entre 2010 e 2016 foram com condutores de motos. O mesmo estudo ainda revelou que, das 13.746 pessoas que morreram no trânsito nesse período, 3.322 eram motociclistas – o que representa 24% do total – e 423, caroneiros. Na região, Santa Cruz do Sul apareceu com índices preocupantes: ocupa o terceiro lugar no ranking de municípios gaúchos com maior incidência de acidentes fatais com motocicletas. Segundo a pesquisa, 49% das ocorrências fatais envolveram motos. O percentual ficou atrás apenas de Pelotas (56%) e Novo Hamburgo (50,2%).
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