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Venâncio Aires

‘Daremos aula no escuro’, afirma diretor do IFSul

Em meio a um cenário de recessão, o campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul) de Venâncio Aires tenta se manter de pé. Ao contrário do que anunciaram outras instituições do mesmo modelo, a unidade não tem previsão de fechar as portas, tendo inclusive realizado um novo vestibular em 25 de junho. As dificuldades diante do corte de recursos e da restrição dos investimentos, no entanto, são visíveis.

Em relação ao ano passado, a redução no orçamento é de mais de R$ 500 mil e afeta diretamente os serviços de vigilância, limpeza, energia elétrica e infraestrutura de forma geral. Conforme o diretor-geral do campus, Cristian Oliveira da Conceição, a instituição conta atualmente com 670 alunos em cursos técnicos e de graduação e pós-graduação. Desses, 354 contam com auxílio do governo, seja para transporte e alimentação ou como bolsistas de iniciação científica. Os estudantes são principalmente de Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Rio Pardo, Sinimbu, Taquari e Lajeado. Embora tema a precarização do ensino, o diretor afirma que não houve redução de vagas. “Os alunos vão sentir o impacto, mas antes de acabar com as vagas, vamos dar aula sem vigilância, sem limpeza e, se for preciso, no escuro. Mas acabar com as turmas é a última opção”, destaca.

Lançada este ano, uma portaria determina limite de gastos de 80% em relação ao previsto no ano anterior. O orçamento de 2016 era de R$ 2,2 milhões, mas apenas R$ 1,8 milhão chegou ao IFsul. “Existe um contingenciamento que permite ao governo liberar os recursos com base na arrecadação de impostos pela União, ou seja, há o valor anunciado e há o que realmente vem para o instituto”, detalha. Este ano, o IFSul deixou de receber 15% dos recursos para custeio e 60% para investimentos. De R$ 1,6 milhão previsto, só liberaram R$ 968 mil até agora. A expectativa é de que o restante venha em agosto.

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Na vigilância, Conceição relata que houve redução de 25% dos postos de trabalho, mesmo percentual do corte na manutenção e na telefonia móvel. Para diminuir o gasto com energia, as lâmpadas convencionais estão sendo substituídas pelas de led, mais econômicas. As fotocélulas, que permitem que as luzes sejam acesas conforme a luminosidade natural do dia, também foram removidas. “Espera-se ficar bem escuro no fim da tarde para acender e desliga-se ao primeiro sinal de sol pela manhã”, explica. Também foram reduzidos os motoristas a serviço dos alunos e servidores e o setor de pesquisa e extensão enxugou em 50% nos últimos dois anos.

Perspectivas não são otimistas

Conforme Cristian Oliveira da Conceição, atualmente é de R$ 14 bilhões o orçamento da União para custeio dos institutos federais como o IFSul. No entanto, para manter a qualidade e o crescimento das unidades, seriam necessários no mínimo mais R$ 3 bilhões. “A verdade é que o governo atual não dá prioridade para a educação. Talvez depois das eleições do ano que vem melhore, embora não deva voltar a existir uma expansão. Na fase em que se está, conseguir manter o que existe já é válido”, ressalta

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