O presidente da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, Everson Oppermann, acredita que a burocracia é o pior entrave para o mundo dos negócios atualmente. O dirigente expôs seu ponto de vista durante a abertura do 5º Fórum de Infraestrutura e Logística, realizado quinta-feira no Novotel Três Figueiras, em Porto Alegre. A programação aconteceu durante todo o dia, com o objetivo de dar continuidade aos debates sobre os gargalos da logística e da infraestrutura no Estado, com soluções e sugestões apontadas por palestrantes e debatedores.
O discurso em torno dos enredos burocráticos do Brasil pautou diversas explanações ao longo do fórum.
O coordenador do Comitê de Logística da Câmara Brasil-Alemanha, Renê Wlach, destacou a busca constante dos empresários por maior competitividade e redução de custos, ressaltando a importância, para os gaúchos, da duplicação da BR-116, que liga Guaíba a Pelotas. Iniciada em 2012, a obra está sem prazo para conclusão nos 234,9 quilômetros. “Uma rodovia em condições precárias gera mais custos para as empresas levarem suas mercadorias até o Porto de Rio Grande.”
Nas palestras da manhã, Ricardo Sproesser, representante do Porto de Antuérpia, apresentou o case de sucesso do porto, um dos maiores da Europa. Localizado na Bélgica, o ancoradouro recebe a maior parte dos embarques de tabaco e café brasileiros enviados para o Velho Mundo. O secretário de Transportes do Rio Grande do Sul, Pedro Westphalen, detalhou na sequência o programa de concessões das rodovias gaúchas. “Estamos construindo um estudo com muita cautela para que possamos fazer o programa da melhor maneira possível”, disse.
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A CEO da DHL Express, Cindy Haring, expôs ao público um estudo da empresa sobre as visões de logística para 2050. São cinco cenários, desenvolvidos por especialistas, que se baseiam em observações de importantes fatores de influência, partindo de padrões de consumo e negócios à evolução tecnológica e mudanças climáticas. Já o diretor da Airship, Paulo Caleffi, apresentou a conclusão do primeiro projeto de dirigível construído na América Latina, que se apresenta como uma alternativa para os meios de transporte. “Não viemos para concorrer, mas para suprir a deficiência de outros modais”, explicou.
Ainda na primeira parte do fórum, o diretor da Solveshipping, Leandro Barreto, falou sobre o efeito cascata gerado pela entrada em operação dos meganavios, com impacto direto na redução da quantidade de serviços semanais. No Brasil, os portos sequer têm estrutura para que essas embarcações atuem com sua total capacidade. A última explanação da manhã foi do engenheiro Mário Povia, da Agência Nacional dos Transportes Aquaviários, que abordou as mudanças impostas pelo decreto 9.048/2017, que regulamenta disposições legais que regulam a exploração de portos organizados e de instalações portuárias.
Novidades à vista
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Na Região Metropolitana de Porto Alegre, duas novidades são aguardadas com entusiasmo. Uma delas é a entrada em funcionamento do Aeromóvel Canoas – projeto que prevê um trajeto de 18 quilômetros de linhas, passando por 24 estações. A capacidade prevista é para até 12 mil passageiros por hora no pico e 82 mil por dia. A empresa já tem linhas em operação em Porto Alegre e em Jacarta, capital da Indonésia, onde a tecnologia brasileira foi implantada em abril de 1989. “Trabalhamos para fornecer projetos e implementação de sistemas de mobilidade urbana”, explica o CEO da empresa, Marcus Coester.
Outra mudança que está no horizonte é a assinatura do contrato de concessão do Aeroporto Internacional Salgado Filho no dia 28 de julho, quando a administração pelos próximos 25 anos passará para a empresa alemã Fraport, ganhadora da licitação. A palestra do gerente de projetos da empresa, Andreas Montag, foi uma das mais aguardadas do dia. Durante sua explanação, o jovem dirigente falou sobre o processo de transição com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). “Acreditamos muito no potencial da capital gaúcha, que está no coração do Mercosul”, garantiu. No Brasil, a operadora Fraport também irá ser responsável pelo Aeroporto Internacional de Fortaleza.
Porto de Rio Grande se moderniza com novos equipamentos
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A primeira explanação da tarde do 5ª Fórum de Infraestrutura e Logística foi conduzida pelo diretor do Terminal de Contêineres (Tecon) de Rio Grande, Paulo Bertinetti, que articulou sobre a importância de fidelizar as cargas no porto gaúcho. Para tanto, a empresa tem investido na modernização das instalações – são R$ 250 milhões desde 1997, quando assumiu a concessão. Este ano, o dirigente comemora a entrada em funcionamento de novos equipamentos, como os três guindastes com capacidade de alcance de até 24 contêineres alinhados. Além disso, lembrou o sucesso do Terminal Santa Clara, modal hidroviário do Rio Jacuí reativado no ano passado, no Polo Petroquímico de Triunfo.
Empresários de logística também apresentaram suas contribuições para o setor, como os equipamentos para movimentação de cargas da Saur Equipamentos. A diretora da empresa, Ingrid Saur, reforçou a história de sucesso da empresa familiar, que está há 90 anos no mercado buscando inovações tecnológicas que facilitem a logística dos clientes. O representante da Hapag-Lloyd, Juan Pablo Richards, abordou o período importante de mudanças pelo qual passa o transporte marítimo e os esforços da companhia para fazer frente às adversidades e crescer.
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