Após o tombo sofrido em 2016, a empregabilidade em Santa Cruz começa a dar sinais de retomada. Nos primeiros quatro meses do ano, o saldo na geração de postos de trabalho com carteira assinada no município foi de 5,6 mil, o maior desde 2014. Na comparação com o mesmo período do ano passado, foram 865 vagas a mais.
Divulgados pelo Ministério do Trabalho nessa terça-feira, 16, os números mostram que Santa Cruz teve no quadrimestre o melhor desempenho entre as dez maiores economias do Rio Grande do Sul. O comércio atacadista teve variação positiva, assim como a maior parte dos segmentos que compõem o setor de serviços.
As principais responsáveis, no entanto, foram as admissões de trabalhadores temporários na indústria fumageira, o que reflete o aumento no volume de tabaco produzido na atual safra – 695 mil toneladas, segundo estimativa da Afubra, ante 525,2 mil no ciclo anterior. Não por acaso, as ocupações que registraram os maiores saldos foram auxiliar de processamento de tabaco, processador de tabaco e operador de empilhadeira.
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Uma pessoa ligada ao setor observa que os números também refletem o fato de as entregas de tabaco nas empresas terem começado mais tarde este ano, em função da situação cambial e da insatisfação dos agricultores com o preço. Os números mês a mês mostram que entre janeiro e março o ritmo das contratações foi inferior ao ano passado, mas essa tendência se reverteu em abril. Isso também deve empurrar para mais tarde o período de dispensas, que em 2016 começou já em abril.
Na contramão, o comércio varejista demitiu mais do que empregou, o que indica que a demanda por bens ainda não se recuperou plenamente. O mesmo ocorreu com alguns segmentos da indústria, a construção civil e a agropecuária. Apesar disso, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Flávio Bender, diz que os sinais são positivos e as perspectivas, boas. Prova disso, segundo ele, são os investimentos privados que estão em andamento ou em vias de sair do papel, como a unidade das Lojas Renner e a fábrica de cigarros da JTI. “A tendência é mesmo de melhora. Estamos em um astral muito bom”, disse.
Construção civil à espera da retomada
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Após acumular mais de 250 postos de trabalho fechados entre 2015 e 2016, a construção civil seguiu demitindo mais do que contratando no primeiro quadrimestre em Santa Cruz. De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), Ario Sabbi, que é empresário do setor, isso é reflexo de um volume menor de obras no município após o “boom” do crédito subsidiado.
“O setor vinha em um embalo muito forte e continuou até o auge da crise, mas depois os pequenos lançamentos foram suspensos, desde as casinhas nos bairros até pequenos prédios no Centro”, disse. Para ele, a recuperação do ritmo vai depender de instrumentos de fomento, como linhas de crédito barato para construção, e principalmente da retomada da credibilidade do País frente aos investidores. Isso, na sua avaliação, deve ocorrer a partir do segundo semestre.
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