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Tradição

Terno de Reis do Lanceiros encerra visitas nesta sexta

Para combinar com a camiseta que trazia no bordado a inscrição “Terno de Reis” e os identificava como integrantes do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Lanceiros de Santa Cruz, as mulheres vestiram saias de prenda azuis e os homens, bombachas. Ainda em frente à sede da entidade, enquanto se organizavam para as visitas, já se ouvia alguns acordes vindos das gaitas, violões e pandeiros que costumam embalar a cantoria. Desde 26 de dezembro, o grupo tem visitado famílias em todos os bairros de Santa Cruz do Sul, levando uma mensagem de alegria, paz e prosperidade por meio da música.

Hoje acontece o último dia de visitas do Terno de Reis do CTG Lanceiros. Por mais um ano, um grupo formado por 26 pessoas manteve uma tradição iniciada há mais de meio século. Eles se dividem em duas equipes e visitam, a cada noite, em média 18 casas, nas quais entoam uma música composta por um dos pioneiros na atividade, em 1961. Conforme a diretora cultural da entidade, Leila Figueiredo, as pessoas solicitam essas visitas e elas acontecem entre as 20 horas e a meia-noite. De acordo com a tradição, a atividade não pode ultrapassar esse horário.

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Cinco pessoas participam desde a primeira edição do Terno de Reis. Para que a tradição não se perca entre as gerações, o grupo vem se renovando. De acordo com um dos pioneiros, o aposentado João Norberto Lacerda, é importante que, assim como no início, as questões culturais sejam difundidas para além das paredes do CTG. “A religião sempre fez parte do gaúcho, tanto que a cultura indígena daqui foi influenciada pelos jesuítas. E não podemos ignorar isso”, disse.

O objetivo da música – que fala sobre o nascimento de Jesus Cristo e a visita dos reis magos ao menino – é levar uma mensagem de Feliz Ano Novo para a comunidade. Na noite dessa quarta-feira, o casal Maria Helena Rodrigues e José da Silva foi o primeiro a receber o Terno de Reis. A dona da casa até acompanhou a apresentação, também tocando gaita, e se comprometeu em integrar o grupo no próximo ano. Ela e o marido costumavam participar de atividades como essa quando crianças. Agora, salientam que receber essa mensagem nos dias de hoje garante energias positivas para encarar o ano que se inicia. “É tudo de bom”, comentou José.


Lacerda: propagar a cultura

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Comunidade colabora com participantes

A alegria de quem recebe a visita é notável. Para alguns, o ano só se inicia depois da passagem do Terno de Reis. Segundo a diretora cultural do CTG Lanceiros de Santa Cruz, Leila Figueiredo, um dos motivos para que a tradição se mantenha é o apoio da comunidade. O grupo não cobra nada para a cantoria, mas, segundo Leila, alguns oferecem refeições, alimentos e até dinheiro. O que é arrecadado é destinado ao pagamento das vans que os levam até as casas e, se sobra, é revertido para a entidade tradicionalista.

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