Para diminuir o impacto dos frequentes casos de falta d’água em Santa Cruz do Sul, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) passa a contar com uma nova tecnologia de monitoramento. O Centro de Controle Operacional (CCO), apresentado ontem pelo superintendente regional, José Epstein, possibilita que as equipes acompanhem em tempo real o funcionamento de todas as redes do município. Algumas operações, inclusive, podem ser efetuadas diretamente da sala de controle, otimizando o tempo de atuação e o deslocamento das equipes para a rua. Durante a apresentação do CCO, Epstein também falou sobre a substituição das tubulações antigas, que deve demorar quatro anos para ser concluída. Atualmente, essas redes correspondem a 100 dos 680 quilômetros que abastecem a cidade e são uma das principais causas da falta de água, em razão dos rompimentos e vazamentos constantes.
No momento, o CCO opera com 25% da capacidade e permite verificar os níveis de reservatórios, recalques, válvulas redutoras de pressão e pontos críticos – localizados nos finais de rede e nas partes mais altas. Com capacidade de produzir 530 litros de água por segundo, a Corsan teria hoje condições de abastecer Santa Cruz e mais uma cidade com o terço de seu tamanho. No entanto, de acordo com Epstein, os vazamentos desperdiçam boa parte dessa produção. Outro fator que consome parte da água é a limpeza dos filtros e tubos, que se intensifica no verão por causa da proliferação de algas no Lago Dourado. Até o fim do ano, a Corsan prevê a substituição de 20 quilômetros de tubulações, ao custo de R$ 2 milhões. Também serão instalados 23 quilômetros de redes de esgoto. No total, as obras devem somar R$ 10 milhões. Para o primeiro semestre, a expectativa é ampliar a capacidade do CCO para monitorar as redes de esgoto e funcionar em tempo integral. Hoje o acompanhamento é apenas em horário comercial.
Conforme Epstein, até o fim deste mês o diretor de Expansão da Corsan virá a Santa Cruz para definir quais obras serão executadas ainda neste ano e para inaugurar oficialmente o sistema. Entre as obras previstas deve estar a construção da nova Estação de Tratamento de Água (ETA), investimento primordial para garantir o abastecimento do município a longo prazo. Até que a ETA esteja pronta, uma unidade compacta deve ser instalada para dar sobrevida ao sistema, já que a ETA atual, localizada no Bairro Pedreira, atua praticamente no limite de sua capacidade. A nova unidade será construída na Rua Adolfo Pritsch, próximo à subestação da AES Sul, com capacidade para suprir a evolução da demanda no município pelos próximos 50 anos.
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Contradição
Durante a apresentação do novo CCO, o superintendente regional da Corsan comentou que a falta de água recorrente só seria resolvida com a substituição das tubulações antigas. O processo de troca dessas redes começou em 2015 e só deve ser concluído em 2020, com cerca de 20 quilômetros finalizados a cada ano. Mais tarde, em contato telefônico, José Epstein disse que a substituição não seria a solução do problema, mas apenas um processo de melhoria do sistema.
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