A Souza Cruz lançou ontem, Dia da Árvore, o Programa Gestor de Recursos Florestais (PGRF). A solenidade ocorreu em Santa Cruz do Sul, no Parque Ambiental da Souza Cruz, que completou 13 anos. A iniciativa envolve uma parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e visa à preservação dos recursos naturais nas propriedades rurais. Na ocasião, foi apresentando o livro com a pesquisa que orientará o programa.
A publicação foi produzidas pelos engenheiros florestais Alessandro Camargo Angelo e Karen Koch Fernandes de Souza, doutores e docentes na área. O livro, de 122 páginas, apresenta três enfoques: uso de espécies florestais exóticas de caráter comercial, uso econômico de espécies florestais nativas e recomposição de remanescentes florestais para adequação ambiental de propriedades rurais.
“O uso das florestas para geração de renda, aliado à sustentabilidade e preservação, é um dos grandes desafios atuais da sociedade. O PGRF utiliza parâmetros técnicos para refletir uma visão de mundo, com as atenções voltadas à minimizar os impactos ambientais. É fruto da experiência, de 20 anos de trabalho dedicados”, explica Alessandro Angelo. O documento, que será distribuído aos produtores por meio dos técnicos agrícolas da Souza Cruz, detalha os benefícios econômicos dos empreendimentos conforme as técnicas implantadas nas áreas florestais. A Souza Cruz teve contato com o trabalho feito pela UFPR em cidades da região Sul e demonstrou interesse em firmar a parceria. Curitiba é referência em engenharia florestal desde a década de 1970.
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Para o diretor de tabaco da Souza Cruz, Dimar Frozza, a iniciativa vai contribuir à disseminação de conhecimento nas práticas florestais. Isso resultará em melhora na qualidade de vida dos produtores, com diversificação e geração de renda, além de adequação à legislação. “É a continuação do legado da empresa, com foco no meio ambiente. Trazemos o conhecimento técnico dos professores para abranger toda a cadeia produtiva do tabaco. É uma parceria de grande valor. Vai reverberar nas propriedades, através dos técnicos agrícolas, sindicatos e federações”, ressaltou.
Conservação é praticada nas propriedades
O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, exemplificou a importância da preservação ambiental com o segundo versículo do salmo 23. “‘Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.’ É o que diz na Bíblia. Mas é necessário que alguém preserve para que possamos ter o verde nos campos”, afirmou. Schünke comentou que, na década de 1970, com a expansão das fronteiras agrícolas, não se falava em preservação. “Só no início dos anos 80 é que começaram os primeiros programas de reflorestamento. Atualmente, mais de 20% das áreas de pequenas propriedades são destinadas ao reflorestamento ou preservação da mata nativa. Esse novo projeto vai levar conhecimento onde ele deve ser aplicado.”
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O vice-presidente da Afubra, Marco Antônio Dornelles, frisou que o setor tem buscado se aprimorar para driblar os obstáculos, principalmente com a crise econômica. “Convivemos com pressão há dez anos, mas sempre buscamos superar as dificuldades impostas pela economia e diversos programas foram implementados para reforçar a cadeia produtiva. Os recursos florestais serão tema da Expoagro 2017 e teremos 14 projetos apresentados em relação à sustentabilidade”, adiantou.
A Fetag foi representada pelo coordenador da Regional Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, Geraldo Back, que também é presidente do Sindicato Rural de Vera Cruz. Pela Farsul, compareceu o presidente da Comissão do Fumo, Mauro Flores, que acumula o cargo de presidente do Sindicato Rural de Candelária. A prefeita de Vera Cruz, Rosane Petry, presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), também se fez presente no evento. A Prefeitura de Santa Cruz do Sul foi representada pelo secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Vanir Ramos de Azevedo.
No término da cerimônia, os professores Alessandro e Karen plantaram uma goiabeira serrana juntamente com Frozza. Eles regaram a muda e dedicaram o ato ao Dia da Árvore.
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