Mais do que um ato oficial, a visita do ministro da Agricultura Blairo Maggi ao Vale do Rio Pardo nesta quarta-feira, 20, é encarada, por líderes da região, como um gesto de reconhecimento por parte do governo federal da magnitude da cadeia produtiva do tabaco e um possível sinal de novos tempos no tratamento recebido pelo setor.
Confirmada na semana passada, a visita foi intermediada pelo prefeito de Santa Cruz, Telmo Kirst (PP), e pela senadora Ana Amélia Lemos (PP). Em uma reunião em Brasília no fim de junho, agendada pela Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Maggi já havia manifestado intenção de conhecer pessoalmente a realidade da fumicultura.
A expectativa é que, após o ministro ver de perto o que a cadeia representa tanto em termos de renda para milhares de famílias de agricultores quanto em geração de empregos e arrecadação nas indústrias, o governo se sensibilize em relação às demandas do setor. “Esperamos que o ministro saia daqui com o conhecimento da nossa realidade e que passe a ser um porta-voz na defesa daquilo que nós produzimos”, resume o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e prefeito de Passo do Sobrado, Caio Baierle (PT).
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De acordo com o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, embora o setor esteja à espera de manifestações do governo sobre pautas específicas (como a resolução do Banco Central que restringe o acesso de fumicultores a crédito via Pronaf), não é esperado nenhum anúncio para amanhã. A visita, na sua visão, é um indicativo de boa vontade por parte do governo. “O ministro fez questão de que tivesse o maior número de produtores no encontro, não só líderes das entidades. Significa que governo está tendo uma atitude de querer ver onde se produz, falar com os atores da cadeia e dar um tratamento diferente ao que vínhamos recebendo”, disse. Em março, a então ministra da Agricultura Kátia Abreu chegou a defender a proibição da produção fumageira no País.
Ainda conforme Werner, esse redirecionamento pode trazer reflexos, inclusive, no posicionamento que o País levará à 7ª Conferência das Partes (COP 7), que será em novembro, na Índia. “A posição do governo será definida após essa visita à região”, observou.
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