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Eleições

Partidos de Santa Cruz do Sul correm atrás de candidatos para a Câmara

Faltando pouco para o início da campanha, muitos partidos de Santa Cruz do Sul vêm se deparando com um problema inesperado: a dificuldade de conseguir pessoas dispostas a concorrer a vereador. Fatores como o descrédito da política, o cenário de recessão econômica e alterações na legislação eleitoral estão tornando mais penosas as composições das nominatas.

Pela legislação, cada sigla ou coligação em Santa Cruz poderá lançar até 34 postulantes à Câmara. Nos bastidores, porém, alguns dirigentes relatam dificuldades de chegar à casa dos 20. A situação atinge, inclusive, partidos de forte tradição eleitoral, como PP e PT. Alguns têm nominata cheia, mas admitem que isso pode mudar até o fim do prazo para registro das candidaturas. Projeções informais dão conta de que o número final de candidatos pode ficar entre 10% e 20% inferior ao de 2012, quando 180 pessoas disputaram as 17 vagas do Legislativo.

O quadro contrasta com o de eleições anteriores, quando muitas siglas tinham que administrar mal-estares internos decorrentes de candidaturas em excesso. “Às vezes tínhamos duas pessoas de uma mesma região da cidade querendo concorrer, e aí tínhamos que agir para evitar uma briga”, relata o presidente de um partido.

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Uma das possíveis explicações é econômica e está associada à vedação das doações de empresas privadas às campanhas e à instabilidade na economia. “As pessoas colocam seu próprio dinheiro nas campanhas. Poucos têm financiadores que não sejam o próprio bolso e a própria família”, observa um pré-candidato. Além disso, com a política cada vez mais desgastada, muitos pensam duas vezes antes de associar suas imagens a alguma facção.

“É o pior dos momentos”, diz analista

A situação é comum a muitos municípios, o que, para o cientista político e professor da Unisinos Bruno Lima Rocha, leva a crer que a instabilidade da política brasileira é determinante para o fenômeno. Na sua avaliação, a tendência, quando o País vive momentos difíceis, é de esvaziamento dos partidos e, consequentemente, da vida política – exatamente o oposto do que ocorre quando o País vai bem. Isso faz com que mesmo pessoas qualificadas e com causas a defender se mantenham afastadas da arena eleitoral, por medo de se desgastarem. “O ambiente nacional nos leva a ver a política como ela é, expõe as relações duras e os interesses. Esse é o pior dos momentos para alguém largar o setor privado para concorrer”, observa.

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