Puxado pelo início das contratações temporárias nas indústrias do setor de tabaco, Santa Cruz do Sul foi o município que mais gerou postos de trabalho com carteira assinada em fevereiro no Rio Grande do Sul. Ao todo, foram 1.996 admissões a mais do que demissões. O saldo acumulado nos últimos 12 meses, porém, ainda é negativo.
O relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi divulgado nessa semana. Na prática, o quadro é o mesmo de anos anteriores: o grande volume de contratações de safreiros pelas fumageiras catapulta o município a uma posição de destaque em termos de empregabilidade. O mesmo acontece com Venâncio Aires, que foi o segundo município do Estado em saldo de vagas. Porto Alegre, por exemplo, fechou fevereiro com resultado negativo de 1.316 postos. Grandes polos estaduais, como Canoas, Rio Grande e Pelotas também demitiram mais do que contrataram.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, César Cechinato, os números refletem a estabilidade do setor fumageiro, apesar do cenário de retração na economia nacional. No saldo acumulado entre março do ano passado e fevereiro deste ano, Santa Cruz amarga um balanço negativo de 1.547 vagas, enquanto a indústria tabagista tem saldo positivo de cinco contratações. “Indústrias que têm dependência maior do mercado interno estão sentindo mais os efeitos da recessão, enquanto nos setores exportadores esse impacto é menor”, avaliou. Outros segmentos industriais que também são fortes em Santa Cruz tiveram desempenhos bem piores no mesmo período. O ramo de metalurgia, por exemplo, teve saldo negativo de 458 vagas.
Publicidade
Outro fator considerado positivo por Cechinato é que a retração no setor de construção civil do município foi pequena em Santa Cruz se comparada com a do restante do País. “O saldo negativo nesses últimos 12 meses foi de 135 postos, representando 9% do total. No País, o setor foi responsável por 23% do total de vagas extintas nesse período”, analisou.
Apesar dos bons sinais, Cechinato projeta um ano de dificuldades na empregabilidade. A tendência, segundo ele, é de um novo saldo negativo ao fim de dezembro e que a recuperação só comece em 2017. “Teremos uma queda, mas será menor que a do País. Santa Cruz sente os efeitos da crise, mas sente menos”, disse.