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Consciência Negra

“Não temos que dizer que somos todos iguais”

Assim como em todo o Brasil, a desigualdade ainda é tema recorrente em debates na comunidade santa-cruzense. Para fomentar essas reflexões, o Dia da Consciência Negra, comemorado hoje, servirá para inaugurar as atividades da Semana Afro-brasileira de Santa Cruz do Sul. A programação é uma realização do Centro Cultural Valeu Zumbi e tem como objetivo pensar a trajetória do negro na sociedade brasileira e o papel desempenhado atualmente.

Conforme o coordenador da Comissão Contra o Racismo e Discriminação do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial (Compir) de Santa Cruz do Sul, Moacir Fanfa, o Mestre Moa, a Semana Afro-brasileira será mais uma forma de estimular a tolerância. Segundo ele, a situação é triste e preocupante, pois está instalada uma cultura de ódio. “Quanto mais as políticas públicas aumentam, mais os casos de racismo crescem.”

Neste mês, Mestre Moa e outros integrantes do Compir estão percorrendo escolas da região ministrando palestras de sensibilização sobre a cultura afro-brasileira. A impressão do coordenador é de que ainda há restrição aos avanços da comunidade negra, por meio da hierarquização das etnias. “Isso colabora para o sentimento de inferioridade e perpetuação do racismo”, lamentou.

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Para Moa, a luta contra a desigualdade racial não terá fim. “O racismo nunca vai acabar. É como um vírus, que ao longo do tempo muda de forma”, comparou. Segundo ele, as escolas tem papel fundamental e, portanto, precisam repensar o trabalho que vem sendo feito sobre diversidade. “Não temos que dizer que somos todos iguais, precisamos ensinar a respeitar as nossas diferenças”, apontou.

PROGRAMAÇÃO

20/11 – Reunião especial do Compir,  Espaço Camarim, 19h
21/11 – 8º Tributo a Zumbi dos Palmares, Salão do Restaurante Executivo, 20h
23/11 a 27/11 – Cine-Afro nas emeis e emefs
27/11 – Reunião da Comissão Contra o Racismo e Discriminação Racial, sala de reuniões do pavilhão central do Parque da Oktoberfest, 14 horas

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Mais Bela Negra registrou queixa

Há pouco mais de 10 dias, a vencedora do concurso Mais Bela Negra do Rio Grande do Sul, a santa-cruzense Márcia Regina Campos, foi alvo de comentários racistas, após a publicação da matéria na página do Portal Gaz, no Facebook.

As manifestações se referiram à aparência, porte físico e origem da jovem. Na mesma semana do ocorrido, Márcia, que é formada em Direito, tem a mãe advogada e o irmão que trabalha na Polícia Civil, registrou ocorrência na Delegacia. Ela ainda não teve nenhuma informação sobre o andamento do inquérito.

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Encontro planeja orientar a polícia e os professores

A programação que inicia hoje à noite, no Espaço Camarim, com uma reunião especial do Compir, segue até o próximo dia 27, quando acontece a principal atividade da Semana Afro-brasileira de Santa Cruz do Sul. Trata-se de uma reunião especial, na sala de reuniões do pavilhão central do Parque da Oktoberfest, a partir das 14 horas.

Na ocasião, estarão presentes a secretária executiva da Frente Parlamentar de Combate ao Racismo da Assembleia Legislativa, Ivonete Carvalho, e o delegado aposentado da Polícia Civil, professor do curso de Direito da Unisc e ativista, João José da Silva. Esta atividade será aberta apenas para membros do Compir e convidados.

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A ideia, segundo o coordenador, é orientar e ajudar professores e autoridades policiais a compreender a cultura negra e facilitar o entendimento no que diz respeito a posturas racistas e intolerantes, bem como, ajudar em investigações que tenham relação com o tema.

“Pobreza no país tem como cor predominante a negra”

Brasília – A presidente Dilma Rousseff reconheceu nessa quinta-feira que o país ainda deve avançar na igualdade de oportunidades entre brancos e negros e defendeu a ampliação do atual sistema de cotas nas universidades federais e no setor público.

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Em discurso em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a petista afirmou que a pobreza no país sempre teve como cor predominante a negra e que a garantia de direitos iguais para as diferentes etnias será uma diretriz de seu segundo mandato.

“Tanto as cotas nas universidades como para os servidores público fazem parte de um processo que não pode parar. Nós não somos iguais uns ao outros fisicamente, mas é exigido de um governo federal que promova a igualdade de oportunidades”, disse.

Para ela, é necessário resgatar no país a “dívida social” dos anos de escravidão e privilegiar “aqueles que permaneceram apartados e desconsiderados na divisão dos frutos da riqueza e do desenvolvimento”.

A presidente lembrou que de acordo com o Censo de 2010 atualmente 54% da população brasileira se declara negra e ressaltou que o combate à exclusão racial faz parte do esforço para reduzir o racismo no país.
“Em um mundo marcado pela xenofobia, pelo racismo e pelos preconceitos, a proverbial tolerância e o convívio com o diferente devem ser agora defendidos por nós com unhas e dentes.”

No evento, promovido no Palácio do Planalto, a presidente entregou títulos de posse e concessão de territórios a comunidades quilombolas.

Na quarta-feira, manifestantes foram presos em frente ao Congresso Nacional após confronto com grupo que participava da Marcha das Mulheres Negras.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, houve disparos de arma de fogo por dois policiais civis, um deles reformado, do Maranhão, e outro, do DF. Ambos foram encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal. (Folhapress)

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