O plano do jovem Fernando Goerck Kappel, de 26 anos, de trabalhar na área de informática teve que ser adiado. Há cinco anos, na época em que se preparava para iniciar o estágio final do curso técnico, ele se tornou uma das tantas vítimas de acidentes de trânsito. Ao fim do expediente em uma marcenaria, o santa-cruzense seguia para casa em uma motocicleta quando foi atingido por um automóvel na esquina das ruas Coronel Oscar Jost e São José, no Bairro Avenida. A partir de então, a sua vida mudou.
Além de outros ferimentos graves como fraturas no fêmur e na clavícula, Fernando sofreu traumatismo cranioencefálico, que evoluiu para um edema cerebral. A família conta que ele chegou ao hospital com apenas 1% de chances de vida. O que ninguém sabia é que a força de vontade do rapaz já seria o suficiente para ele resistir ao trauma. Durante 28 dias, permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Cruz. Por outros dois meses ,ficou internado em um quarto da instituição.
O traumatismo deixou sequelas como falta de visão, hemiplegia do lado esquerdo e dificuldades para falar. Mesmo depois de passar por 12 cirurgias, ele ainda luta para ter uma vida, talvez um pouco, normal. Sem conseguir enxergar e andar – nem sequer ficar de pé ou sentado sem apoio em razão da falta de sustentação do tronco –, o jovem tornou-se totalmente dependente da família. “Ele não consegue nem se virar durante a noite enquanto dorme. Acordamos algumas vezes para poder ajudar”, disse a mãe, Ivone Goerck.
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Sentado em uma cadeira de rodas, Fernando recebeu a reportagem da Gazeta do Sul e tentou se comunicar por meio de gestos e palavras balbuciadas. Ele disse que seu maior sonho é voltar a enxergar. O desejo é sustentado pela esperança de realizar um tratamento com células-tronco na Tailândia, na Clínica Beike Biotechnology.
Dona Ivone soube do caso de uma mulher do Vale do Rio Pardo que sofria o mesmo problema de Fernando. Após realizar o procedimento, ela apresentou melhoras significativas e agora serve de exemplo para o santa-cruzense. No entanto, o alto custo do tratamento ainda impede que o jovem o realize. De acordo com a mãe, seis aplicações custam em torno de 26,5 mil dólares, sem contar as despesas básicas de hospedagem, passagens e alimentação.
Para viabilizar o procedimento, Ivone organiza uma campanha. Através da venda de rifas, almoços em comunidades e depósitos bancários, ela busca arrecadar boa parte do valor necessário. “Nós vamos possibilitar esse tratamento. Se for preciso, vamos vender a nossa casa, mas o Fernando precisa desse tratamento”, afirmou.
Segundo a fisioterapeuta que acompanha o rapaz desde a época da internação no hospital, Daniela Faccin Egert, com o tratamento, espera-se que Fernando volte a andar e enxergar. “Todo o cuidado que ele já tem, como as sessões de equoterapia, hidroterapia, fisioterapia e outros, são muito importantes e vão auxiliar na recuperação”, comentou. Porém, a empresa especializada no tratamento não garante a cura. “Aceitaram o meu filho e, por meio de uma carta de aceitação, explicaram que o caso dele é tratável e a equipe tem grandes expectativas para um bom resultado. Só que eles não podem garantir a cura”, explicou a mãe.
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Agora, a família e os amigos se empenham para que o tratamento na Tailândia seja realizado. “Antes do acidente, o Fernando era uma pessoa muito divertida, era namorador, gostava de pescar e cozinhava muito bem”, relembrou Ivone. A esperança da mãe é de que o filho volte a desfrutar das coisas de que gostava. “Todos os dias, ele me pede a chave do carro e a carteira de motorista porque ele quer ir trabalhar”, contou.
Como ajudar
Mesmo certa da necessidade do tratamento, Ivone não marcou a data para a realização. De acordo com ela, a empresa cobra, no mínimo, 20% do valor total na hora do agendamento. “Não adianta pagarmos os 20% agora e depois não ter o valor restante. Por isso, não marquei a data. Precisamos garantir ainda muito dinheiro”, justificou.
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Ivone organiza um brechó para complementar o valor. Para isso, recolhe roupas e itens diversos que serão vendidos no evento. Quem quiser contribuir pode falar direto com ela nos telefones (51) 9785 1393 ou (51) 3717 6252. Através dos mesmos números, Ivone pode ser contatada para informações sobre a rifa, que tem como prêmio principal uma Honda Biz. Outra forma de contribuição é o depósito bancário nas contas em nome de Fernando. No Sicredi: agência 0156, conta 98573-2, número do banco 748; e na Caixa Econômica Federal: agência 0500, conta 139025-2, número da operação 013.