A Secretaria Municipal de Educação e Cultura promoveu na manhã desta quinta-feira, 20, a primeira edição do Café no Trem, no vagão instalado aos fundos do Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz, dando início a uma rodada de encontros entre os atores da cena cultural santa-cruzense e os mais diversos segmentos sociais na busca de caminhos para fomentar a atividade em nível local e regional.
Nesta primeira edição, participaram empresários, representantes do Conselho Municipal de Cultura, produtores e representantes da universidade. Foram convidadas a explanar a coordenadora do curso de Turismo da Unisc, professora Luciana Tremeia, e as produtoras culturais Paula Saccol, Angélica Fonseca e Giovana Goretti.
Entre os aspectos abordados, a importância das redes colaborativas e do despertar para a cultura dentro das organizações privadas. “A atividade cultural promove a transformação da realidade social, é uma cadeia multiplicadora. Sou contra dependermos exclusivamente do poder público, a cultura tem que ser um compromisso de toda a sociedade e nesse sentido o apoio do empresariado é fundamental”, defendeu Paula.
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Já a produtora cultural Angélica disse que, apesar de existir produção de cinema em Santa Cruz do Sul, poucos empresários sabem disso. “Muitos projetos já foram reconhecidos na esfera federal e que não são conhecidos do público local”, disse. Ela abordou a questão do patrocínio a nomes consagrados na mídia nacional, enquanto artistas locais carecem de incentivo para seus projetos culturais que, uma vez apoiados repercutiriam positivamente nas comunidades, modificando a vida de jovens em situação de vulnerabilidade social e trazendo um expressivo retorno em termo de projeção de marca para empresa.
Segundo a coordenadora de Cultura, Margarete Rodrigues, em 2014 dois projetos, um envolvendo folclore e outro a publicação de um livro, foram aprovados, mas não saíram do papel porque não foi possível captar recursos junto à iniciativa privada. “Existe essa dificuldade e por isso estamos propondo esse debate. Eu entendo que a empresa tem que conhecer e sentir que o trabalho na área da cultura é sério para então abrir as portas. Hoje o empresário não têm como investir sem ter a garantia de que ao financiar um projeto cultural a prestação de contas se dará de modo transparente e que ele amanhã ou depois não vai cair na malha fina”.
Na abertura do encontro, o Departamento de Cultura da Smec fez uma apresentação sucinta de seus muitos projetos que hoje estão presentes, principalmente, nos bairros da periferia, como forma de levar o teatro, a música, a literatura, a dança e as artes plásticas para quem não têm acesso a eles, a não ser pela gratuidade proporcionada pelo poder público.
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A próxima edição do Café no trem deve acontecer em setembro, ainda sem data marcada, e contará com a participação de representantes do Ministério da Cultura.