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Rio Pardo

Irmãos que não se conheciam têm o primeiro encontro

Aos 67 anos, Pedro Haas Lacerda começa a escrever um novo capítulo para sua vida. Sobrevivendo em condições subumanas em uma fazendo no interior de Rio Pardo há quase 30 anos, o homem franzino teve a chance de abraçar uma irmã que jamais conhecera a não ser pelas histórias que o falecido pai contava. Na tarde chuvosa desse domingo, Maria Haas Lacerda, de 81 anos, enfrentou a estrada barrenta da localidade de João Rodrigues para ver seu único irmão ainda vivo e atestar uma história digna de roteiro cinematográfico.

Até 17 anos atrás, Maria ainda era conhecida como Júlia em São Sepé, cidade onde mora com a filha, os netos e os bisnetos. No entanto, os anos nunca apagaram a lembrança do dia em que foi raptada de seus pais na barranca no Rio Jacuí por um casal de pescadores. Incentivada pelos familiares, há quase duas décadas viajou ao Vale do Rio Pardo atrás de suas origens e descobriu, no cartório da cidade, que suas memórias não eram utopia. Ela é a irmã mais velha dos sete filhos de Amadelino Ramão Lacerda Lopes e Ana Haas.

O encontro foi possível após a publicação da história de Pedro no Correio do Povo na semana passada. A possibilidade do parentesco foi levantada em função do sobrenome em comum, observada por um colega de trabalho de Juliano Lacerda Rosa, neto de Maria. “Logo vimos que não poderia ser só coincidência e nos mobilizamos para tornar esse momento possível”, conta. Juliano levou a avó a Rio Pardo ontem juntamente com o irmão José Valdech e a mãe Eva Lúcia Lacerda da Rosa.

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