A tecnologia avança rapidamente e muitas pessoas não conseguem acompanhar esse avanço constante. Os idosos, por vezes, encontram dificuldades para se adaptar às novas formas de comunicação. Os familiares, por falta de tempo, por exemplo, não conseguem atender os idosos, e o ensino acaba “ficando para depois”. Diante dessa situação, a Secretaria de Assistência Social de Segredo vem desenvolvendo a “Oficina de Whatsapp para iniciantes”, na qual pessoas com mais de 60 anos aprendem a usar o aplicativo de mensagem.
A ideia de criar o curso surgiu quando a secretária da Assistência Social Aline Lazzari Martine, notou que as coordenadoras dos grupos de idosos do municípios não estavam participando do grupo que havia sido criado no Whatsapp. “Elas disseram que não tinham o aplicativo porque não sabiam usar. Inicialmente criamos a oficina para atender essas coordenadoras, mas diante da grande procura foi preciso expandir”, destaca Aline.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2017, 31,1% das pessoas com 60 anos ou mais acessavam a internet, em relação a 2016 houve um crescimento de 6,4%. E a grande procura pela oficina reflete esse crescimento, e essa vontade de estarem conectados. Iniciada no mês de junho, atualmente conta com 45 idosos que participam das aulas, eles são divididos em três turmas para facilitar o aprendizado. A maioria dos participantes do projeto vem do interior do município, e a procura pela oficina é mais efetiva entre as mulheres. As turmas realizam duas aulas, uma por semana, das 13h às 17h.
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O técnico em informática e orientador do curso Marlos dos Santos da Silva, usa slides interativos para explicar o passo a passo das ações disponíveis na plataforma. Inicialmente eles aprender a salvar os contatos, depois a mandar mensagens, usar emojis, tirar fotos, fazer chamadas, tudo com muita explicação e paciência. “Foi preciso adaptar o conteúdo para que ficasse mais fácil para eles entender. No começo muitos acham que não vão conseguir, eles têm muito medo de errar, de apertar em algo que não devem. No começo pode ser difícil, mas é possível aprender”, ressalta Marlos.
Aline conta que a integração é um dos objetivos do projeto, para fazer com que essas pessoas saiam de suas casas em busca de novos conhecimentos: “É emocionante ver a satisfação nos olhos deles por estarem aprendendo algo novo. Além de toda essa integração, dessa socialização que a oficina promove, eles ficam mais próximos dos netos, dos filhos. Isso aproxima eles do mundo, a gente vê o interesse deles em mandar uma mensagem, em compartilhar um vídeo”.
Iracema Secretti, 66 anos, é aposentada e resolveu fazer o curso após a indicação de uma amiga, ela conta que já aprendeu a mandar mensagem, tirar foto, e que já está conectada. “Eu e minhas amigas vamos nos bailinhos, tiramos fotos, passamos umas para as outras. Facilitou muito a minha vida, estou mais informada, mais próxima das pessoas. O celular tem tanta coisa, a gente precisa ir praticando e aprendendo”, diz Iracema.
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Marlos destaca que o mínimo que eles aprendem já é uma grande conquista, e após o curso é visível a satisfação que eles sentem depois de aprender algo novo. Uma das funções do Whatsapp que os idosos mais querem aprender é fazer chamada de vídeo. “Teve uma senhora que conseguiu fazer uma chamada de vídeo para falar com o neto que mora distante. Ela ficou tão feliz que não conseguia nem falar, ela só ria, porque aquilo era totalmente diferente e novo para ela, e foi uma conquista que no começo ela achava impossível de realizar”, conta o orientador.
O aposentado René Richter, 67 anos, enfatiza que para aprender é preciso praticar diariamente, ele conta que adora participar das aulas, e também ressalta a aproximação com pessoas distantes. “Esse encontro serve como uma forma de lazer, uma distração. Seria bom que as pessoas viessem aprender, tendo persistência e dedicação a gente consegue. A tecnologia está aí, e se não aprendermos ficamos dependentes dos outros”, conclui Seu René.
Segundo Aline, a tendência é aumentar a procura pelo curso, pois, quem já participou indica para outras pessoas, porque os idosos querem e gostam de participar de coisas diferentes, que gerem inclusão, e que sejam voltadas especialmente para atender as necessidades deles, isso faz com que eles se sintam valorizados.
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No final do curso os idosos recebem um certificado, e também uma apostila com todas as informações que aprenderam nas aulas, caso alguma dúvida surgir. Para participar da oficina é necessário ir até o CRAS, ou ligar para o fone: (51) 3745-1180, e manifestar o interesse.