A partir da Operação Feudalismo, que resultou na prisão do vereador Paulo Lersch (PT) e do assessor dele, Carlos Henrique dos Santos, sob acusação de formarem um esquema criminoso de captação irregular de salários de servidores da Câmara, o Ministério Público reforçou nesta quarta-feira, 12, que os servidores nomeados em cargos em comissão devem sempre estar cientes de que a exigência de valores ou vantagens por quem os nomeou ou indicou configura crime de concussão.
“Quem esteve ou está nessa situação é vítima e tem o direito de postular a devolução de todos os valores entregues como exigência ilícita. Essas situações não podem continuar e devem ser denunciadas à Promotoria de Justiça, pois, além da busca das responsabilizações dos autores das exigências, auxiliaremos os servidores-vítimas na pretensão de reparação dos prejuízos que sofreram”, esclareceu o promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin.
Ainda ontem o promotor manifestou preocupação com a possibilidade de uma assessora que forneceu informações à operação ser demitida pelo vereador que assumiu a cadeira de Lersch, Alberto Heck (PT). “Seria algo bastante negativo. A imagem que seria passada é a de que uma pessoa que foi vítima acabou punida por falar a verdade”, disse, em entrevista à Rádio Gazeta. A servidora em questão teria, segundo a investigação, repassado pelo menos R$ 50 mil de seu salário a Lersch no período de um ano.
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Questionado sobre o assunto, Heck, que tomou posse na segunda-feira, disse que não conhecia a assessora, mas garantiu a ela que permanecerá no cargo até o fim deste mês. Depois, segundo ele, a situação será analisada. Conforme Heck, é preciso ter cuidado em relação à exposição da funcionária. “Algumas pessoas poderiam interpretar a permanência dela como um castigo, enquanto outras poderiam interpretar como um prêmio. Por isso é preciso cautela”, ponderou o parlamentar.
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