A Grécia legou ao mundo algumas das nossas maiores bases culturais. É impossível falar em filosofia ou em literatura sem voltar às criações de pensadores e dramaturgos que firmaram seu nome para sempre, Sócrates, Aristóteles e Platão entre eles. E hábitos, costumes e tradições do povo grego também inspiraram uma das melhores sacadas do cinema deste início de século, a que resultou na comédia Casamento Grego, lançada em 2002. Pois a continuação daquele sucesso de bilheteria, Casamento Grego 2, entra em cartaz em Santa Cruz do Sul hoje, na Sala 2 do Cine Max Shopping, com sessões às 19h15 e 21 horas. Que boa hora para encontrar esse tipo de subterfúgio a fim de dar boas e incontroláveis gargalhadas.
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Quem assistiu à produção original talvez tenha presente as peripécias e as confusões daquela trupe. A grega Toula, personagem de Nia Vandarlos, chegara aos fatídicos balzaquianos 30 aninhos e dedicava o tempo a ajudar no restaurante da família. O pai, Gus (Michael Constantine), queria vê-la, por tradição, casada com um grego. Mas ela se apaixonou por Ian (John Corbett), norte-americano, e o receio de que o relacionamento não fosse aceito pela família fez com que namorassem às escondidas. Claro que tudo ficou descoberto e, a partir disso, o esforço para “tornar” Ian minimamente um genro grego rendeu gafes e mais gafes.
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Agora, na continuação, 14 anos após a primeira produção, os mesmos atores e os mesmos personagens retornam, obviamente mais velhos e maduros. A vida seguiu. Toula ainda ajuda os pais no restaurante, e Ian é diretor em renomado colégio. Eles têm uma filha adolescente, Paris (Elena Kampouris), em pleno drama para definir caminho no ensino superior. E, para variar, o avô quer encontrar, e para já, um pretendente (grego, claro) para ela.
Só que aí surge a senha dessa continuação, digna de render muita dor de cabeça. Ao vasculhar velhos documentos, o avô descobre que sua certidão de matrimônio na igreja nunca foi assinada. Ou seja: já idoso, ele na verdade não está oficialmente casado. Isso é suficiente para abalar toda a família, numa força-tarefa a fim de legalizar uma vida inteira.
ACERTO
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A retomada do argumento de roteiro, apoiado sobre curiosas tradições gregas e sobre rotinas familiares, demonstrou pleno acerto nas bilheterias. A estreia ocorreu junto com pesos-pesados como Batman vs. Superman – A Origem da Justiça e A Série Divergente – Convergente. Por ter faturado o dobro deste último, já dá para ver que tipo de programa anda agradando mais ou caindo melhor nas graças do público.
Há, sim, um necessário salto na abordagem dos temas, que incorpora a linguagem desses novos tempos e de uma nova geração, o que decorre, inclusive, de novo olhar criativo. O original fora dirigido por Joel Zwick, numa de suas poucas contribuições ao cinema, e a continuação tem assinatura de Kirk Jones, bem mais jovem do que Zwick. Importa que é comédia, e da boa. Depois, ter alguns momentos para desopilar a cabeça em meio a notícias sobre corrupção e escândalos só pode fazer bem. No fim das contas, o que parece grego para nós é a realidade que nos cerca.
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