A Calçados Beira Rio, líder no segmento de calçados e uma das maiores fabricantes brasileiras, com sede em Novo Hamburgo, inaugurou na manhã dessa sexta-feira, 9, sua nova fábrica em Mato Leitão. A unidade, que é a sexta filial da companhia, tem 7,2 mil metros quadrados de área e foi construída no mesmo terreno que antes abrigava uma planta fabril da empresa que teve 90% da estrutura destruída por um incêndio, em 17 de março do ano passado.
Na época, com a interrupção das atividades, a empresa – que produzia 29 mil pares por dia – teve que demitir a maioria dos cerca de 700 funcionários procedentes de Mato Leitão, Venâncio Aires, Cruzeiro do Sul, Santa Clara e outros municípios.
Com o investimento de R$ 43 milhões em infraestrutura e equipamentos, a filial foi reerguida e estima representar 6% do faturamento global da empresa, que chegou a R$ 3,696 bilhões em 2019. A fábrica irá criar 180 empregos diretos e outros 1,5 mil indiretos em 25 a 30 ateliês terceirizados.
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De acordo com o presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta, a unidade, que possui uma ampla estrutura fabril, adotou um novo processo produtivo, que será feito em etapas. “Vamos receber a matéria-prima aqui e cortar. Depois encaminharemos para terceiros (os ateliês), que irão trabalhar na costura e na montagem. Depois o produto volta para a fábrica, onde é feita a conferência e expedição para os clientes”, esclarece.
O modelo produtivo passará a ser adotado em outras unidades da empresa, como por exemplo em Candelária, que deverá atender 70 municípios. A previsão é de que as atividades iniciem entre agosto e setembro, em uma estrutura semelhante.
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Espera pela volta ao trabalho chegou ao fim
A auxiliar de produção Rosimere da Silva Schwengber, de 39 anos, é uma das funcionárias da Calçados Beira Rio que comemora a reinauguração da fábrica. Antes do incêndio, ela chegou a trabalhar dez anos e dez meses na empresa em serviços como bordado, costura e ateliê.
Desde que foi demitida, assim como a maioria dos funcionários, devido ao incêndio, ela aguardava ansiosa o dia de poder voltar para o local que considera seu segundo lar. “Isto aqui é a minha casa, moro a duas quadras. Esperei a empresa se reerguer e fiz ficha para participar do processo de seleção novamente. Fiquei muito feliz, é uma satisfação muito grande poder trabalhar na Beira Rio. Gosto muito daqui e dos benefícios que a empresa oferece”, destaca.
Vagas abertas
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Com a reinauguração, a empresa deverá gerar 180 funcionários diretos e outros 1,5 mil indiretos. Para concorrer às vagas em aberto, a maioria delas para o cargo de auxiliar de produção, os interessados devem preencher o cadastro na unidade, que fica na Rua Leopoldo Hinterholz, 1.241, das 7 horas às 16h20, de segunda a sexta-feira. Não é necessário ter experiência na função, pois a empresa fornece capacitação.
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46 anos
Em 2021, a empresa Beira Rio completa 46 anos de atuação, com unidades em Mato Leitão, Santa Clara, Roca Sales, Teutônia, Candelária, Osório, Sapiranga, Igrejinha e Novo Hamburgo, além de um Centro Administrativo Industrial e um Centro de Prestadores de Serviços. No total, são 9 mil funcionários diretos e 25 mil indiretos, entre colaboradores e representantes.
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O presidente Roberto Argenta comenta que a Calçados Beira Rio, que conta com 15 show rooms de vendas espalhados pelo país e está presente em mais de 95 países, tem planos de continuar a impulsionar os negócios, principalmente no mercado externo.
“Embora exportemos para 90 países, nosso foco é dar seguimento no mercado da América Latina. Acreditamos que em agosto o mercado voltará ao patamar normal e, com isso, a possibilidade de alavancar a produção, em especial as exportações de nossas oito marcas próprias para países como México e Estados Unidos”, projeta. “É um mercado grandioso que queremos abranger, assim como também queremos manter o Brasil e dar suporte para nossos clientes, para que eles possam vender”, destaca Argenta.
Na pandemia
Diante das adversidades da pandemia, a empresa, assim como muitas outras do ramo, teve que buscar alternativas e possibilidades para tocar o negócio. Foram produzidas 2 milhões de máscaras de proteção, doadas aos funcionários, fornecedores, ateliês, prefeituras e hospitais.
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Na fábrica, para manter o trabalho de funcionários diretos e indiretos, foram produzidos 18 milhões de pares de sapatos para entrega futura. “Em agosto e setembro, conseguimos vender a maior parte. Agora está um período difícil, mas acreditamos que a partir do próximo mês já volte à normalidade”, relata o presidente.
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Retorno de ICMS e fortalecimento da economia
O prefeito de Mato Leitão, Carlos Alberto Bohn (PSDB), que esteve na solenidade de abertura da nova fábrica, ressaltou a importância da inauguração da empresa e a expectativa positiva em relação à movimentação da economia local e regional. “É um momento histórico, após um ano e 23 dias com as atividades fabris suspensas devido ao incêndio, ver a empresa funcionando novamente e possibilitando geração de empregos e de renda. Nos deixa muito contentes. Sem falar na questão que envolve o entorno da atividade da Beira Rio, pois fortalece o comércio, o serviço terceirizado e o próprio transporte. É um universo muito grande de benefícios que uma empresa desse porte traz para o município e para os vales do Rio Pardo e Taquari”, destaca.
De acordo com Bohn, antes do incêndio a empresa respondia por 50% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) arrecadado em Mato Leitão. “Ela é a maior em faturamento e tem um envolvimento muito grande também com outros setores, o que a torna extremamente importante para o fortalecimento da nossa economia”, acrescenta.
A reconstrução da fábrica contou com apoio da política de incentivo industrial municipal. A Secretaria Municipal de Obras, Viação e Trânsito executou os serviços de máquinas e terraplenagem para a preparação do terreno. Além disso, um trecho de 800 metros da Avenida Alfredo Pilz, entre o acesso a 20 de Março e a Rua Leopoldo Hinterholz – principal acesso da empresa –, foi pavimentado.
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