O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acumula crescimento de 31,10% desde março do ano passado, chegando à maior alta em 12 meses desde 2003. O indicador é conhecido por ser utilizado como parâmetro para definir o reajuste anual dos contratos de locação de imóveis. Considerando o momento de crise econômica enfrentado pelo Brasil em função da pandemia, a orientação dos especialistas é para que inquilinos e proprietários negociem, buscando uma alternativa viável para ambos.
Segundo Flávio Bender, que é empresário do setor imobiliário em Santa Cruz do Sul, o bom-senso entre as partes tem sido fundamental para os acordos, tendo em vista as dificuldades que se apresentam. “Você já está negociando para nem aumentar o aluguel, se vai subir 30% não tem condições”, afirma.
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Ele explica que com esse acumulado, se o IGP-M for aplicado integralmente para reajustar o valor, o inquilino entrega o imóvel e procura outro. “Nenhum imóvel que estiver desocupado vai ter alta de 30%, ele vai estar dentro do mercado”, salienta. O índice, segundo Bender, é apenas o parâmetro, e não precisa ser necessariamente aplicado na totalidade.
“O proprietário pode ser radical e dizer que quer o reajuste, aí nós passamos pro inquilino e, de repente, ele já começa a procurar outro lugar.” Em sua empresa, Bender diz que a situação vem sendo contornada de maneira tranquila, e a taxa de sucesso nas negociações é de quase 100%.
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Também atuando no ramo imobiliário, o empresário Roque Dick explica que o IGP-M é variável, registrando alta em alguns anos e baixa em outros, de forma que os valores acabam se equilibrando ao longo do tempo. “Quando fica bom para o proprietário e ruim para o inquilino, muitas pessoas pensam que tem de ser feita a negociação. O que temos de pensar é que 80% dos proprietários possuem somente um imóvel e dependem dele para complementar a renda”, frisa.
Dick também destaca que o mercado é o responsável por determinar quando deve haver negociação. “É quando se chega à conclusão de que o aluguel de um imóvel realmente ficou acima do mercado. Se o inquilino resolve desocupar e nós percebemos que o proprietário não vai alugar novamente pelo valor reajustado, recomendamos que ele negocie”, completa o empresário.
Ele explica que houve períodos em que o IGP-M chegou a ser zero e, mesmo assim, o contrato de locação foi renegociado para menos em razão da desvalorização do imóvel no mercado.
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