O homicídio ocorrido no último fim de semana foi o quinto registrado em Santa Cruz do Sul nos primeiros 80 dias de 2021 – uma média de um a cada 16 dias. A Polícia Civil, por meio de suas delegacias, busca identificar os autores e motivações para os crimes.
Três dos cinco homicídios já foram esclarecidos pela 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), com sede no Centro Integrado de Segurança Pública e Cidadania, no Bairro Arroio Grande. Esses investigadores, que respondem pelos crimes ocorridos na Zona Sul da cidade, seguem trabalhando no caso mais recente, do último domingo, 21, que vitimou Deangellis dos Santos Zinn. Já a 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), com sede na Rua Ernesto Alves, no Centro, investiga o único assassinato registrado no ano ocorrido em sua área, na Zona Norte. A vítima foi Márcio Schwengber. Relembre os outros casos anteriores ao de domingo e seus desdobramentos até agora:
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Márcio Schwengber, 31 anos
Data e local da morte: 1º de janeiro; Travessa Dona Josefa, Rio Pardinho
NÃO ESCLARECIDO
SEM AUTOR CONFIRMADO
O primeiro homicídio do ano vitimou Márcio Schwengber, de 31 anos, morto com dois tiros por volta das 3 horas de 1o de janeiro em Rio Pardinho, em circunstâncias que ainda estão sendo apuradas pela 1a DP. Na oportunidade, a vítima jantava com um amigo em sua residência, na Travessa Dona Josefa, quando um Volkswagen Gol, modelo quadrado, branco, parou em frente ao local. Um ocupante chamou Schwengber. Quando a vítima chegou na frente da casa, um homem disparou duas vezes contra ele.
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O amigo, que estava na cena do crime, conseguiu fugir para um mato nas proximidades. Parte do trabalho dos investigadores é verificar se há relação entre a morte de Schwengber e crimes cometidos por ele. Sabe-se que o homem de 31 anos tinha passagens pela polícia, com antecedentes por posse de arma e dois homicídios, um deles na Travessa Dona Josefa. Investigações da 1ª DP na época concluíram que Márcio Schwengber e outro homem teriam envolvimento na morte de Loreno André dos Santos, 30 anos, em 2 de janeiro de 2017. Schwengber foi velado e sepultado no Cemitério Evangélico Centro de Rio Pardinho. Deixou enlutados três irmãos.
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Adão Gabriel de Oliveira, 59 anos
Data e local da morte: 5 de janeiro; Rua São Roque, Bairro Arroio Grande
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ESCLARECIDO
AUTOR FORAGIDO, COAUTOR PRESO
O segundo homicídio do ano ocorreu às 17h45 do dia 5 de janeiro. Uma dupla perseguiu e assassinou Adão Gabriel de Oliveira por vingança, devido a um crime cometido pela vítima há mais de duas décadas, em março de 1999. Na época Adãozinho, como era conhecido, assassinou um homem no antigo Bairro Santo Antônio do Sul, hoje Progresso, no local denominado Beco do Cléber. A investigação da 2ª DP apurou que a vítima andava de bicicleta pela Rua São Roque, Bairro Arroio Grande, quando um homem desceu da carona de uma motocicleta e matou Adão com 18 disparos de pistola 9 milímetros.
O assassino, de 40 anos, é seu sobrinho e irmão do homem assassinado por ele em 1999. O piloto da moto, de 22 anos, foi preso pela Polícia Civil no dia 27 de janeiro, no Bairro Senai. Já o autor dos disparos encontra-se foragido, condição em que já estava no momento do crime, pois havia rompido a tornozeleira eletrônica em setembro de 2020. Diligências foram realizadas pelos investigadores em possíveis locais onde o acusado poderia estar, mas até agora ele não foi encontrado.
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José Valdemar de Oliveira, 33 anos
Data e local: 30 de janeiro; Rua Abraão Tatsch, Bairro Santa Vitória
ESCLARECIDO
AUTOR PRESO
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Uma desavença entre vizinhos foi a causa do terceiro homicídio do ano, que vitimou José Valdemar de Oliveira, 33 anos, e ocorreu no dia 30 de janeiro, no Bairro Santa Vitória. Por volta das 7 horas, ele foi chamado na Rua Abraão Tatsch. Ao chegar na via pública, foi atingido com três golpes de faca. O irmão da vítima, de 40 anos, foi chamado para intervir e também acabou sendo golpeado pelo agressor. José acabou falecendo em decorrência dos ferimentos.
O irmão sobreviveu após atendimento. O autor das facadas foi perseguido por populares e se escondeu em uma residência. A Brigada Militar foi acionada e conseguiu localizá-lo e prendê-lo em flagrante. Ele tem 36 anos e possui antecedentes por ameaça, lesão corporal, furto e roubo. Foi encaminhado ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Embora tenha esclarecido as circunstâncias do crime, a 2a DP não elucidou o motivo da desavença entre os vizinhos.
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Carlos Rogério Brandão, 20 anos
Data e local: 14 de fevereiro; Rua Lauro Eni Alves da Silva, Bairro Progresso
ESCLARECIDO
AUTOR PRESO
O ciúme foi o motivo do assassinato de Carlos Rogério Brandão, de 20 anos. O quarto homicídio de 2021 aconteceu na madrugada de 14 de fevereiro. A investigação da 2a DP identificou que a vítima passou a noite em uma casa da Rua Lauro Eni Alves da Silva, Bairro Progresso. Brandão estava no imóvel com três amigos. Por volta das 3 horas da madrugada, um homem de 23 anos invadiu essa residência e disparou contra ele.
O autor tinha um envolvimento amoroso com uma moradora do bairro. Em determinado período, houve uma separação breve entre eles. Nesse meio-tempo, a vítima teve um rápido relacionamento com a mesma mulher. Esse fato não foi aceito pelo antigo companheiro, que teria cometido o homicídio movido pelo ciúme. Carlos Rogério Brandão foi alvejado com dez disparos de pistola calibre 380. Policiais da Força Tática da Brigada Militar prenderam o autor em flagrante, logo após o fato. Ele irá responder por homicídio qualificado, com a qualificadora de ter impossibilitado a defesa da vítima.