Drama histórico de automobilismo da Disney, Ford vs. Ferrari, que estreia nesta quinta-feira, 28, em Santa Cruz do Sul, deixou os adversários comendo poeira e acelerou a US$ 31 milhões de bilheteria na América do Norte. Dirigido por James Mangold e estrelando Christian Bale e Matt Damon, o filme estreou além das expectativas, graças a um forte “boca a boca” de espectadores.
Ford vs. Ferrari (intitulado Le Mans ‘66 no Reino Unido) conta a história de uma equipe excêntrica e determinada de engenheiros e designers estadunidenses, liderada pelo visionário automotivo Carroll Shelby e seu motorista britânico Ken Miles. Eles são despachados por Henry Ford II e Lee Iacocca com a missão de construir o Ford GT40, um novo carro de corrida com potencial para finalmente derrotar a sempre dominante equipe da Ferrari na corrida das 24 Horas de Le Mans de 1966, na França.
Logo no começo, mr. Ford faz um discurso para os operários da fábrica que herdou do pai. Todos eles estão com a cabeça a prêmio. Só restarão os criativos, que souberem enfrentar os desafios do mercado (nos anos 1960!). Logo segue-se a história do piloto e do designer de carros que vão aceitar o desafio, construindo o modelo para vencer a prova.
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E aí sente-se a mão do diretor. James Mangold subverte o que parece ser o próprio discurso. Substituiu um Ford, Henry, por outro – John. O Homero das pradarias. O mestre do western. O que John Ford tem a ver com Le Mans? Nada ou tudo. Christian Bale, o piloto, e Matt Damon, o sócio na construção do bólido, partem para o soco. A mulher de Bale, Catriona Balfe, pega uma cadeira para assistir ao espetáculo de camarote. Em O Aventureiro do Pacífico, de 1963, John Wayne e Lee Marvin também partem para o pau. Uma vez que agem como crianças, Elizabeth Allen dá a cada um deles um carrinho.
A luta é pela vitória, mas os motivos de Bale e Damon não são os mesmos do executivo a quem Henry Ford II deu a condução do programa. A vitória vem, é claro, e não existe nenhum spoiler. A novidade é que há um tapetão.
Para apreciar o filme, o espectador não precisa ter nenhuma dessas referências cinematográficas. A história sustenta-se, mas está tudo lá. A relação pai-filho, de Bale com seu garoto, tão cara a Mangold, que já abordou o assunto em Logan e Os Indomáveis, também com Bale.
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No ano em que parece que Joaquin Phoenix, por Coringa, vencerá o Oscar – mas ainda é preciso esperar pelas indicações –, Christian Bale poderia ser o único a tirar-lhe o prêmio. Por que não? E, curiosidade, outro recente grande filme sobre automobilismo – Rush, No Limite da Emoção, de Ron Howard, sobre a rivalidade de James Hunt e Niki Lauda – também deve tudo a Ford, sendo a versão quatro rodas de O Homem Que Matou o Facínora.